Setor de serviços em Minas Gerais cresce 0,4% em agosto, mas com retração no ano

O setor de serviços em Minas Gerais cresceu 0,4% em agosto frente a julho de 2025, na série com ajuste sazonal, enquanto o Brasil mostrou um avanço menor, de 0,1%, no mesmo período. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado do ano, o volume do setor no território mineiro caiu 0,1%, enquanto no País a atividade avançou 2,6%. Nos últimos 12 meses, o Estado apresentou queda de 1,8%, sendo cinco taxas positivas, duas estáveis e cinco negativas. Em números absolutos, as taxas negativas foram maiores que as positivas, o que indica retração do setor no Estado. A média nacional avançou 2,3% neste período.
O levantamento do IBGE mostra que, na comparação de agosto com mesmo mês do ano anterior, o setor de serviços em Minas Gerais também contrasta com a média nacional ao recuar 1,8%, ao mesmo tempo que houve crescimento de 2,5% no Brasil na comparação ano a ano.
Os destaques do Estado entre os grupos de atividades, na comparação ano a ano, foram os serviços de informação e comunicação, com crescimento de 5,3% e os serviços prestados às famílias, com alta de 1,9%.
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios registrou variação negativa de 5,3% e serviços profissionais, administrativos e complementares, com maior peso para o índice do IBGE em Minas, teve queda de 2,3%. O grupo de outros serviços recuou 7,6%.
Atividades do setor de serviços no ano e últimos 12 meses em Minas Gerais
Já nos primeiros oito meses do ano, os destaques estaduais entre os grupos de atividades também foram os serviços de informação e comunicação, com crescimento de 3,7%, e os serviços prestados às famílias, com alta de 0,7%.
O grupo de outros serviços recuou 5,8%. Os grupos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios e serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram, respectivamente, 1,1% e 1,4%.
No acumulado em 12 meses, a PMS do IBGE mostra que o crescimento do setor de serviços, em Minas Gerais, foi liderado pelo avanço nas atividades de serviços de informação e comunicação (5,3%), seguido pelo grupo serviços prestados às famílias (2,6%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (0,5%).
O grupo de outros serviços recuou 8,4% nesta base de comparação, enquanto a atividade de serviços profissionais, administrativos e complementares apresentou queda de 2% no período.
Selic alta afeta setor de serviços em Minas Gerais de forma “antecipada” em relação ao País
O economista e professor dos cursos de Gestão e RI do UniBH, Fernando Sette, explica que o setor de serviços é um dos primeiros setores afetados pelos sucessivos aumentos da taxa básica de juros (Selic) e da consequente manutenção da Selic em patamar elevado. Com 15% ao ano, a taxa de juros está no maior valor desde julho de 2006.
Com um crédito mais caro para o consumo de bens e serviços, Sette aponta ainda que, em Minas Gerais, o setor de serviços é mais robusto do que em outros estados brasileiros, o que faz com que o impacto da Selic alta chegue de forma antecipada no Estado do que no restante do Brasil. “Minas Gerais já vem sentindo os efeitos desse aumento da taxa de juros. E no Brasil como um todo não sentimos os efeitos ainda, estamos começando a sentir o efeito agora”, disse.
Além disso, o Estado não tem a mesma propulsão para aquecer o mercado do que outros estados, que, seja por número absoluto ou proporção da população atendida, contam com políticas públicas que incentivam o consumo sobretudo da população de menor renda. Isso permite que o setor de serviços em outros estados continue aquecido em tempos de Selic alta.
A tendência para Minas Gerais nos próximos meses, destaca o economista, é que a atividade do setor de serviços continue a ter oscilações como teve ao longo do ano, mais direcionada para a estabilidade.
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