Setor atacadista deve crescer até 4% em Minas em 2024

O setor atacadista distribuidor deve registrar um crescimento médio real de até 4% no Estado este ano, afirma o presidente da Associação dos Atacadista Distribuidores de Estado de Minas Gerais (Ademig), Kélvio Silva, durante a 43ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto, que ocorre em Atibaia, interior de São Paulo.
“O ano de 2024 está melhor que 2023, há uma expectativa de crescimento real, por média do setor, entre 3% a 4% acima da inflação, estou falando de um crescimento de oito pontos percentuais (p.p.), até um pouco mais”, disse Silva. A convenção nacional é realizada pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad).
O presidente da Ademig destacou que o setor atacadista distribuidor mineiro registrou cerca de 2,5% de crescimento real no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. Além da alta no faturamento em 2024, a expectativa do setor é registrar aumento também em 2025.
Kélvio Silva aponta que uma revisão ampla da gestão do setor atacadista distribuidor tem impulsionado o crescimento estadual. “É muito resultado da revisão do mix de produtos, de território, zoneamento. A criatividade que o setor está passando em Minas é muito importante nesse momento”, disse.
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Dentro da criatividade do setor, Silva ressaltou também o investimento em tecnologia para buscar uma operação com menor custo e ascensão no mercado de forma mais inteligente. O tema da convenção da Abad deste ano, inclusive, é “na era da inteligência artificial”. “Está todo mundo investindo em tecnologia, em melhor informatização de processo, é um momento importante de mudança de paradigma”, pontua.
Lidar com a carga tributária é um dos principais desafios do setor atacadista distribuidor. O presidente da Ademig ressaltou que as indefinições do governo federal quanto às regras da tributação, mais a busca por aumentar a arrecadação de impostos, extrapolam em certa medida a capacidade da sociedade em assimilar os preços dos produtos.
Além disso, a tributação estadual também interfere no desempenho do setor, principalmente com a guerra fiscal entre os estados. Silva conclama uma “ajuda mútua” com o Estado para reduzir os impactos dos impostos no setor. “A gente busca equilíbrio. Não é redução de impostos, e sim a maneira o qual a gente pode ter uma relação harmoniosa entre a necessidade do Estado de arrecadação e a necessidade do setor de fazer uma base aceitável e proporcional que a sociedade pode absorver”.
Senador cogita regime especial para setor atacadista na reforma tributária
Presidente da Frente Parlamentar do Comércio e Serviços (FCS), o senador Efraim Filho (União-PB), presente na convenção da Abad, declarou ao Diário do Comércio que falta ao setor a mesma articulação que a indústria e o agronegócio têm no Congresso Nacional. “Afinal, apesar da propaganda que se faz de outros setores, é o setor de comércio e serviços que mais emprega e quem mais paga impostos no Brasil. Então ele não pode ficar à margem dessas discussões”, afirma.
Ele afirmou que o setor atacadista distribuidor estará atento com as alíquotas e a burocracia durante as discussões das leis complementares da reforma tributária e não descarta a possibilidade de um regime especial. “Sim (pode ter regime especial), na própria reforma tributária a gente convive com essa realidade para diferentes setores”, pontua. “Para o setor, pela essencialidade que tem, por ser transversal, é importante evitar aumento de impostos, senão é ruim para o empreendedor e ruim também para o consumidor”, completa.
Um dos líderes da oposição, Efraim Filho afirmou que o embate do momento, no País, é buscar uma responsabilidade fiscal que não seja pelo aumento na arrecadação. “A reforma tributária ideal não é aquela feita para resolver a vida dos governos. É feita para melhorar a vida de quem produz e vamos estar nessas discussões na segunda fase da reforma no Congresso Nacional”, finaliza.
O repórter viajou para Atibaia (SP) a convite da Abad
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