Economia

Setor atacadista prevê crescimento similar ao do ano passado e expansão com cautela

Estimativa do setor atacadista é de elevação de cerca de 2% a 3% acima da inflação
Setor atacadista prevê crescimento similar ao do ano passado e expansão com cautela

O setor atacadista em Minas Gerais enfrenta um cenário de desafios e oportunidades para 2025. O ramo tem sofrido influência de fatores econômicos como a inflação, a taxa de juros e as políticas tributárias do governo federal. Apesar da instabilidade do mercado, o setor espera um crescimento moderado, similar ao do ano passado, de cerca de 2% a 3% acima da inflação. 

A estimativa é do presidente da Associação dos Atacadistas Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), Kélvio Silva. Para ele, dada a instabilidade econômica do País, o resultado é considerado positivo, embora haja grande preocupação com as políticas tributárias e sua influência sobre os preços e margens de lucro. 

“Neste momento, de uma economia instável, você crescer a inflação mais 2 pontos percentuais (p.p.) está de bom tamanho. Para se ter um exemplo, 2 p.p. é a margem líquida de algumas empresas”, destaca Silva. 

De acordo com a Ademig, a alta da inflação e dos juros têm afetado tanto o setor industrial quanto o atacadista e varejista, impactando a cadeia de distribuição e o poder de compra dos consumidores.  

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“O ano de 2025 tem uma pressão maior, não só de inflação e de juros, mas principalmente do humor do consumidor, que está afetado por produtos específicos. Você vai ao mercado hoje com uma maior restrição de compra do que antes. Porque há uma sensação que os preços estão subindo e isso pressiona a renda familiar”, explicou. 

Inflação e juros altos impactam expansão do setor atacadista 

A instabilidade fiscal e monetária segue como o principal desafio para o setor, tornando essencial a cautela na expansão e um olhar atento às mudanças regulatórias que podem impactar os negócios nos próximos anos.

“Agora esse é um desafio grande, principalmente com um projeto do governo de desonerar o imposto de renda da pessoa física que ganha até R$ 5 mil. Isso preocupa as empresas, que podem ter aumento de impostos e uma possível tributação de dividendos”, projeta Silva. 

A incerteza sobre as políticas fiscais e tributárias faz com que a maioria das companhias selecione cuidadosamente onde alocar seus recursos, priorizando segmentos mais seguros dentro de suas áreas de atuação. 

No entanto, o presidente da Ademig acredita que as empresas devem manter uma postura estratégica diante das incertezas econômicas, priorizando investimentos seguros e adaptando-se ao comportamento mais seletivo dos consumidores. Projetos de expansão, como novos centros de distribuição, devem ser planejados com uma visão de médio e longo prazo, levando em consideração as possíveis mudanças no mercado até 2027.

“Você começa a expansão em 2025, para poder operar em 2026, e buscar resultados em 2027. Eu digo que a empresa deve continuar investindo, mas com cautela e segurança. Não temos um momento otimista de sair expandindo, comprando, buscando novos mercados, não de uma maneira expansiva, mas de maneira cautelosa”, explica Silva.

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