Economia

Setor atacadista tem alta de 18,7% no faturamento

Minas ajudou a puxar resultado nacional
Setor atacadista tem alta de 18,7% no faturamento
Foto: Divulgação/Tambasa

A redução do desemprego, o pagamento de auxílios e os juros altos – o que inibe o consumo de médio e longo prazos – estão favorecendo os resultados do setor atacadista e distribuidor. No Brasil, ao longo dos primeiros cinco meses de 2023, segundo o Termômetro Abad NielsenIQ, foi registrado crescimento médio no faturamento de 18,7%, frente a igual período de 2022. 

Ao todo, foram movimentados R$ 9,8 bilhões e Minas Gerais está entre os estados com melhores resultados, contribuindo para o crescimento nacional do setor.

Somente em maio, o faturamento do setor atacadista aumentou 17,3%, frente a igual mês de 2022. Na comparação com abril, mês que teve menos dias úteis, o incremento foi de 20,2%.

Os dados foram divulgados, ontem, durante a coletiva de imprensa da 42ª Convenção Anual do Canal Indireto – Abad 2023.

Apesar de não divulgar os dados consolidados dos primeiros cinco meses de 2023 por região, o gerente de Atendimento de Varejo da Nielsen, Daniel Asp Souza,  disse que Minas Gerais está entre os estados com melhores resultados e contribuindo para o crescimento nacional do setor. Para se ter uma ideia, em 2022, o setor, no Estado, registrou um faturamento de R$ 20,47 bilhões, superando em 7% o resultado de 2021.

“Minas Gerais já vem há alguns anos se despontando no crescimento do consumo. Essa alta está relacionada à taxa de emprego mais elevada. Há também um movimento de varejo muito intenso no Estado, com grandes players abrindo lojas e investindo. Toda essa movimentação reflete no consumo”, disse Souza.

O bom desempenho do setor atacadista e de distribuição em Minas Gerais, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Leonardo Miguel Severini, também é resultado das ações do governo local.

“Em Minas Gerais, a gente está em um momento político positivo, com o governo promovendo uma grande  jornada de crescimento dentro do Estado. Isso reflete na confiança do empresário e também do consumidor e faz com que a espiral entre em círculo virtuoso”.

Resultados do Termômetro foram apresentados durante a 42ª Convenção Anual do Canal Indireto – Abad, em Atibaia (SP) | Crédito: Luciana Fotos

Desempenho nacional

Quanto ao resultado positivo apurado em nível nacional, foram os vários fatores que impulsionam a alta de 18,7% no faturamento, entre eles, o pagamento de auxílios e também a perda do poder de compra das famílias de itens de médio e longo prazo.

“Os panoramas político e econômico estão contribuindo para o resultado positivo no setor atacadista e distribuidor. A taxa de juros elevada faz com que as famílias tenham uma matriz de consumo para o imediato e deixando de investir em itens de médio e longo prazos. Outro fator são os programas sociais, que estão injetando volumes de recursos diretos na população, que direciona para o consumo imediato, onde o alimentar tem o maior impacto. Isso tem garantido o crescimento do setor”, explicou o presidente da Abad.

Analisando somente os três primeiros meses de 2023, Severini explica que o desempenho positivo coincide com a retomada pós-pandemia, que é a principal base de comparação. No confronto com igual mês de 2022, em janeiro houve avanço de 20,9%, em fevereiro de 19,5% e em março de 20,4%.

“Nos primeiros três meses de 2022, o mercado ainda era afetado pela Covid-19. Por esse motivo, podemos notar um crescimento bastante significativo neste comparativo, já que as pessoas voltaram ao convívio social e, naturalmente, ao trabalho e às compras, ampliando o consumo fora do lar”, disse Severini.

O gerente de Atendimento de Varejo da Nielsen, Daniel Asp Souza, explica que para o restante do ano, as estimativas são positivas. O segundo semestre, tradicionalmente, é mais aquecido para o setor.

“É difícil estimar um índice de crescimento, mas, esperamos que o segundo semestre tenha volume mais intenso, principalmente, ao longo do último trimestre. O resultado vai depender do movimento de preços, que está mais estável. Imagino que o índice não deve cair para um dígito”, explicou.

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