Setor automotivo brasileiro tem crescimento e deve superar projeções de 2025, aponta estudo
O setor automotivo nacional deve fechar 2025 com um desempenho melhor em comparação ao ano passado. É o que mostra a Análise Setorial elaborada pelo Data OLX Autos. Conforme o levantamento, que consolidou dados do terceiro trimestre, as vendas de carros novos cresceram 6,1% e a produção avançou 8,9% nos últimos 12 meses, encerrados em setembro.
Dessa forma, a OLX prevê que, caso o ritmo seja mantido até dezembro, o setor deve superar as projeções de entidades como Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) e Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No segmento de carros usados, a análise indica que o desempenho também deve atender às expectativas da Fenauto, com estabilidade nas vendas acumuladas ao longo de 2024.
Exportações em alta
Após um ano e meio de saldos negativos no comércio de veículos de passageiros, o Brasil voltou a registrar superávit nas exportações em agosto e setembro. Esse aumento, segundo o estudo, foi impulsionado pelo aumento das vendas para Argentina.
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Para o vice-presidente de Autos do Grupo OLX, Flávio Passos, o movimento reflete a capacidade de adaptação do setor diante das condições econômicas. “Os dados consolidados pelo relatório do Data OLX Autos mostram um setor resiliente, a despeito dos desafios impostos pelas altas taxas de juros, que afetaram negativamente o mercado de crédito para aquisição de automóveis”, afirmou.
Cenário macroeconômico
O relatório também analisou o contexto econômico do País. O PIB brasileiro cresceu 2,9% no primeiro trimestre e 2,2% no segundo, com projeção de alta de 2,2% no fechamento do ano. A inflação, medida pelo IPCA, desacelerou em setembro, influenciada pela queda de preços dos veículos novos após a implementação do Programa Carro Sustentável. Já os carros usados registraram variação de 1,44% no mesmo período.
Apesar das reduções pontuais nas taxas para pessoas físicas e jurídicas, os juros de financiamento de veículos permanecem elevados, acompanhando a Selic, que está em 15% desde setembro de 2024. A concessão de crédito apresentou queda a partir de março para consumidores e de fevereiro para empresas, com recuo de 2,5% e 6,5%, respectivamente, até agosto.
Os financiamentos de automóveis e comerciais leves caíram 2,1% entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período de 2024. Em contrapartida, os financiamentos de veículos novos cresceram 2,7%, enquanto os de usados tiveram retração de 3,2%.
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