Economia

Setor da construção civil de Minas Gerais está otimista para 2024

Queda da Selic e regras atuais do MCMV, além de projetos do PAC, contribuem para confiança dos empresários
Setor da construção civil de Minas Gerais está otimista para 2024
Mercado imobiliário mineiro vendeu 17.706 apartamentos novos e lançou 18.116 até setembro | Crédito: Divulgação

O mercado imobiliário mineiro deverá ter um bom desempenho em 2024, conforme o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon–MG). A queda da Selic, as atuais regras do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o provável avanço de obras em ano eleitoral contribuem para o otimismo.

A entidade destaca que, por se tratar de um ano de eleições, pode haver, em 2024, uma aceleração das obras em andamento. Do mesmo modo, mais intervenções podem despontar financiadas pelo PAC. Adicionalmente, as novas condições do MCMV, como o aumento do valor do subsídio e do imóvel, devem conferir maior dinamismo para o segmento de imóveis padrão econômico (até R$ 350 mil) que nos últimos anos perdeu forte participação nas vendas e nos lançamentos no Estado.

Ainda conforme o sindicato, a continuidade do processo de redução da Selic – atualmente, em 11,75% ao ano, mas com expectativas de novos cortes – deve estimular os apartamentos de padrão alto (entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão) e luxo (entre R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões). E as quedas da taxa de juros também podem colaborar para uma menor retirada de recursos da caderneta de poupança e, assim, aumentar o valor disponível para financiamento de imóvel. 

Necessidade de financiamento imobiliário 

O presidente do Sinduscon-MG, Renato Michel, ressalta que o setor da construção civil é altamente dependente de financiamento imobiliário, sobretudo, o segmento de construção de edifícios. Ele salienta a dificuldade que uma família brasileira, principalmente recém-formada, tem para conseguir recursos para adquirir um imóvel e que os juros altos dificultam ainda mais essa aquisição, visto que elevam os valores de prestação dos imóveis a serem adquiridos.

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Sendo assim, o dirigente afirma que vê com bons olhos e muita expectativa essa redução da Selic e diz que sonha com uma taxa estável na casa dos 6% ou 7% por um período prolongado de tempo, trazendo perspectivas de longo prazo para o setor. Michel enfatiza que o mercado é bastante afetado, justamente, pelas constantes variações do percentual, uma vez que o ciclo de produção da construção civil é extenso, podendo chegar a até cinco anos de obras ou mais.

“É difícil pra gente planejar os empreendimentos, pois você começa com uma faixa de 2% (da Selic) e durante as obras você pode encontrar taxas na faixa de 14% como tivemos recentemente. Então, torna muito difícil o planejamento dos empreendedores e também a vida das famílias, porque compram numa situação, e na hora que vão fazer o repasse da unidade, às vezes, encontram outras taxas de juros, o que muda completamente os números”, explica. 

Desafios para a construção civil em 2024

A confiança do setor da construção civil de Minas Gerais não significa ausência de desafios para 2024. A preocupação com a situação fiscal brasileira pode influenciar a dinâmica da economia, de acordo com a entidade. Isso porque fatores como o endividamento das famílias, a ainda elevada Selic e o menor ritmo de crescimento econômico podem atrapalhar os negócios. 

Resultados do mercado imobiliário de Minas Gerais

O mercado imobiliário de Minas Gerais vendeu 17.706 apartamentos novos e lançou 18.116 unidades ao longo de 2023 até setembro. Esses volumes correspondem, respectivamente, a um Valor Global de Vendas (VGV) de R$ 8,922 bilhões e um Valor Global Lançado (VGL) de R$ 9,876 bilhões. O balanço foi apresentado nessa terça-feira pelo Sinduscon-MG e faz parte de um levantamento realizado pela Brain Consultoria para a entidade, incluindo dados de 30 cidades.

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