Produção da indústria mineira de fundição cresce 3,1% em 2019

A indústria de fundição de Minas Gerais encerrou 2019 com crescimento de 3,1% na produção em relação ao ano anterior. O resultado ficou bem abaixo das estimativas iniciais, que davam conta de um avanço de 8% nesta base comparativa.
Para 2020, é aguardada alta de 6%, que deverá ser impulsionada pela retomada consistente da economia e dos investimentos em infraestrutura no País.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Fundição no Estado de Minas Gerais (Sifumg), Afonso Gonzaga, que também é presidente da Associação Brasileira de Fundição (Abifa), o resultado do setor no Estado foi superior à média nacional, que encerrou o ano com avanço de 2,8% na produção.
A produção no Estado chegou a cerca de 700 mil toneladas de fundidos no ano passado, representando aproximadamente 28% do total do volume nacional (2,46 milhões de toneladas).
“O resultado do ano passado foi razoável, não fosse a demora na aprovação de reformas, como trabalhista e da Previdência, os números poderiam ter sido melhores. Além disso, as estimativas iniciais se baseavam em um crescimento maior também no setor automotivo, que não se confirmou. Esta área representa mais de 50% dos negócios da fundição”, justificou.

Segundo Gonzaga, situação diferente foi observada já nos últimos meses de 2019, quando a economia voltou a dar sinais consistentes e os investidores voltaram a aparecer. Tanto que agora as expectativas se baseiam nas obras de infraestrutura, públicas e privadas, que o Brasil deverá receber a partir deste exercício. Com destaque para saneamento, rodovias e ferrovias.
“Existe uma demanda reprimida e apetite para o crescimento, e o nosso setor fornece insumo para os fabricantes dos equipamentos utilizados nestas obras. Caso consigamos atingir as expectativas, chegaremos a cerca de 2,7 milhões de toneladas produzidas ao final deste exercício”, comentou.
Em relação às exportações, ele citou que o câmbio, com dólar mais caro, continua proporcionando aumento do faturamento. Para se ter uma ideia da representatividade, da média embarcada nos últimos anos de cerca de 16% do total produzido, no ano anterior foram enviados 21% da produção.
Empregabilidade – Outro ponto a se destacar em relação aos números da atividade em 2019, conforme Gonzaga, diz respeito à empregabilidade. De acordo com ele, hoje, a indústria nacional da fundição gera 56 mil empregos diretos e cerca de 18,6 mil dessas posições só em Minas, o que representa 33,3% do total do Brasil.
Segundo ele, a atividade já chegou a empregar, nacionalmente, 70 mil pessoas. O número tem caído não somente em função da situação econômica do País, mas também em virtude da adoção de novas tecnologias industriais.
Dados da Abifa dão conta de um crescimento contínuo da produção no período de 2020-2023, ano em que a produção deve alcançar 3,2 milhões de toneladas. Ainda assim abaixo do melhor momento dos últimos dez anos, de 3,3 milhões de toneladas em 2008. O pior período do setor foi o de 2016, com produção limitada a 2,1 milhões de toneladas, equivalente à utilização de 52% da capacidade instalada.
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