Economia

Setor de Fundição em Minas reage e diminui perdas em 2020

Setor de Fundição em Minas reage e diminui perdas em 2020
FERROLIGAS FOTO: DIVULGAÇÃO

A retomada das atividades industriais, após o período mais crítico de restrição de funcionamento para conter o avanço da Covid-19, contribuiu para que o parque de fundição mineiro recuperasse boa parte das perdas. Em 2020, o setor chegou a registrar uma ociosidade de 70% nas indústrias, porém, os gargalos foram solucionados e o setor encerrou o ano com produção 9% menor que a de 2019, que foi de 650 mil toneladas. As expectativas para este ano são positivas. A retomada da economia, os projetos de infraestrutura e saneamento, aliados à expectativa de aprovação das reformas, são fatores que poderão impulsionar a demanda do setor. 

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Fundição no Estado de Minas Gerais (Sifumg), Afonso Gonzaga, apesar das dificuldades enfrentadas e da queda de produção frente a 2019, o resultado no fechamento de 2020 superou as expectativas. 

“Na comparação com 2019, fechamos 2020 com uma queda de 9% na produção, que ficou em torno de 590 mil toneladas. O resultado realmente superou as nossas expectativas. Em maio, tínhamos a previsão de encerrar o ano com uma retração de 30%. Mas o setor reagiu e conseguimos minimizar as perdas”, disse.

Ainda segundo Gonzaga, no momento ainda existem gargalos, como a oferta ainda limitada de matéria-prima, porém, essa dificuldade de reposição de matéria-prima não está prejudicando a produção, que segue dentro da normalidade. 

Outro desafio são os custos, que ficaram maiores, porém, o setor conseguiu fazer o repasse para os compradores. Segundo Gonzaga, o valor do ferro gusa subiu a patamares extremamente altos em função do aumento nos preços do minério, do frete e do carvão. 

“Está havendo uma situação que até então não tínhamos presenciado, que é a consciência dos nossos compradores. Eles estão revendo o aumento de custo. Conseguimos levar aos nossos compradores, principalmente, do setor automotivo, a necessidade de se fazer um reajuste dos preços e foi aceito. Na verdade, em todas as cadeias produtivas houve evolução dos preços”, explicou.

Expectativas – Para 2021, as expectativas são positivas. Dentre os fatores que podem alavancar a recuperação da economia nacional e contribuir para o crescimento do setor de fundição estão a estimativa de aprovação das reformas propostas pelo governo federal e a apresentação de grandes projetos de infraestrutura e de saneamento básico. 

“Estamos acreditando nas novas reformas que o Congresso e o Senado irão votar. Os grandes projetos de infraestrutura e de saneamento irão demandar altos volumes dos nossos produtos e, isso, é muito positivo e vai ajudar o setor a retomar o crescimento. Estamos começando o ano com perspectivas positivas, acreditando na retomada do crescimento do Brasil”, avaliou.

Para atender à demanda que tende a ser maior, o setor já está se antecipando e trabalhando na preparação da mão de obra, que, além de fundamental, deverá estar bem capacitada para uma produção mais eficiente. 

Um dos desafios enfrentados e que pode afetar no crescimento do setor é a energia elétrica. “A energia elétrica é cara e, infelizmente, não temos um fornecedor à altura da necessidade e com a competitividade que o setor exige. É uma demanda importante e que estamos trabalhando junto com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) em busca de alternativas para não nos atrapalhar no crescimento”, disse.

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