Economia

Setor de higiene e limpeza prevê encerrar ano com crescimento de 2%

Setor de higiene e limpeza prevê encerrar ano com crescimento de 2%
Crédito: Pixabay

Com a Selic em alta no primeiro semestre, os custos com produtos de higiene e limpeza dispararam nas gôndolas pelo País. Mesmo com a deflação ocorrendo em vários serviços e bens, os produtos do segmento seguem apresentando um custo elevado nos preços. Embora esse cenário pareça nebuloso, o setor está bastante otimista, prevendo encerrar o ano de 2022 com um crescimento de 2% de produção a nível nacional. E, se enquadrando como o segundo Estado com maior produção, venda e consumo do Brasil, Minas Gerais representa uma fatia de 9,8% deste mercado, com aproximadamente 700 empresas instaladas.

Em números de fechamento, a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla),  reforça que o setor movimenta na ordem de R$ 32 bilhões anuais. Esse volume representa um superávit de 6,7%, frente a 2020, quando o faturamento era de R$ 30 bilhões. “O nível de produção atualmente é o mesmo que vínhamos registrando anteriormente. Já a nossa expectativa para 2022, já era esperado que fosse melhor”, conta Paulo Engler, diretor executivo da Abipla.

“Prevíamos um aumento de preço acima da variação da cesta básica na gôndola. Nós ficamos abaixo da variação em 2019 e 2021, pois não conseguimos passar o custo da inflação no preço. Praticamente, não houve retração de consumo no setor,, pois nós tivemos uma melhora no nível de renda. Um dos fatores que a Abipla atribui está relacionado ao aumento do auxílio emergencial que ajudou bastante as famílias brasileiras. E uma parcela do auxílio é utilizado em produtos de higiene e limpeza”, conta Engler.

Segundo o novo anuário da Abipla, o ano de 2021 foi marcado pela entrada de novos players no mercado. Em balanço, o ano passado foi encerrado com 2.764 empresas, representando um avanço de 6,7%, frente às 2.589 empresas registradas em 2020. Com a expansão setorial, consequentemente mais empregos foram gerados. Em 2021, o mercado de produtos de limpeza apurou 90 mil contratações diretas. Esse movimento compreende um crescimento de 2,6% em novos postos de trabalho, em relação ao ano de 2020, que se encerrou com 87 mil empregos. 

Especificamente, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), desde 2019 – período pré-pandemia -, o setor tem mantido o saldo positivo de contratações. Desta forma, durante a pandemia, foram realizadas mais contratações que demissões, diante da realidade da indústria do setor em elevação nas produções.  

Paulo Engler elenca que o Brasil representa hoje 5,5% do mercado mundial, projetando como o quinto do mundo em consumo de produtos de limpeza. “O nosso empresário está com bastante otimismo para os próximos meses. Inclusive, o nosso setor está com projeção bem superior ao PIB nacional, apesar de nosso mercado exportar bem pouquinho. Mas, seguimos bem e com um outro aspecto importante, que é válido destacar.  Estamos com 0% de informalidade”, pontua. 

Ainda de acordo com o diretor executivo da Abipla, dentro do contexto dos 2% de alta até dezembro, a projeção segue puxada por lançamentos da indústria e também pela melhoria do cenário macroeconômico nos últimos meses. “Temos associados que estão com projetos em aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Alguns produtos já chegaram às prateleiras, mas há muitos ainda à espera da liberação da entidade para comercialização”, diz. 

Ele ainda enfatiza que a retomada de toda a atividade econômica com a volta das cadeias produtivas de abastecimento que sofreram um gargalo com falta de insumos, a diminuição do desemprego no Brasil e a menor flutuação do dólar proporcionam essa normalização. 

“Sentimos muito a falta de insumos. Fomos prejudicados pela falta de embalagens e de matérias-primas que, consequentemente, os preços ficaram superlativos entre o pico da pandemia em 2020 até pouco tempo. Agora, após essa gangorra entre 2020 e 2021, estamos com o aumento na produção”, completa Engler. 

Campanha

Em tempos de combate à desinformação e em prol da saúde pública, a Abipla fechou uma parceria com o Conselho Federal de Química (CFQ) para uma campanha de conscientização contra o uso de receitas caseiras com produtos de limpeza.

“Temos notado um aumento expressivo de casos de queimaduras e problemas respiratórios provocados por essas misturinhas de produtos nocivos à saúde do consumidor. Não à toa, é a Anvisa que regulamenta a produção e a utilização de qualquer saneante no Brasil. Isso acontece porque existe a necessidade de se averiguar se os produtos são eficazes aos objetivos a que se propõem e se são seguros ao manuseio ou à exposição das pessoas”, alerta o executivo. A campanha será lançada nacionalmente em dezembro.

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