Economia

Setor de máquinas e equipamentos apresenta recuperação em Minas

Setor de máquinas e equipamentos apresenta recuperação em Minas
Crédito: Alisson J. Silva / ARQUIVO DC

De acordo com balanço divulgado ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq/MG), o segmento teve alta no faturamento de 1,8% em outubro na comparação com setembro. Já em relação a igual período do ano passado, o incremento foi de 1,5%.

Apesar de os números serem positivos, ainda não são tão significativos, pelas perdas que o setor já teve em um período mais acentuado de crise, conforme destaca o membro do Conselho Administrativo da Abimaq, Marcelo Veneroso. Segundo Veneroso, de 2013 a 2017, o segmento acumulou uma perda de aproximadamente 60% no faturamento.

“Em 2018, ficamos no zero a zero. Em 2019, temos indicadores parecidos com os registrados no ano passado. Estamos andando de lado, com um crescimento pequeno”, analisa.

Porém, embora o incremento não seja grande neste ano, o membro do Conselho Administrativo da Abimaq diz que os números consolidam o fato de que o mercado da área realmente parou de cair e já aponta, inclusive, para uma tendência maior de expansão.

“Há uma nova onda de otimismo. No ano passado, havia certo crescimento, mas também insegurança. Tivemos a greve dos caminhoneiros e eleições conturbadas, por exemplo”, destaca ele.

Já 2019, por sua vez, diz Marcelo Veneroso, começou com um novo presidente, “com uma equipe econômica com um perfil liberal, acenando para algumas mudanças macroeconômicas que são muito interessantes para o investimento, entre elas os juros que baixaram drasticamente. Isso atrai investimento, eleva o otimismo do investidor, do fabricante”, frisa.

Além disso, o membro do Conselho Administrativo da Abimaq também ressalta as reformas como fatores positivos. Ele cita como exemplo a da Previdência, que já foi aprovada, e a proposição da reforma tributária.

Mais números – Os dados divulgados pela Abimaq também mostram que os números de pessoas empregadas se mantiveram estáveis no setor. Em outubro, na comparação com setembro, o avanço foi de 0,2%. Já em relação a igual período do ano passado, o incremento foi de 1%.

O nível de utilização da capacidade instalada apresentou um aumento de 1,2% em outubro em relação a setembro e de 1,8% em comparação a igual período de 2018. “Já estávamos com certa ociosidade, mas tão logo os pedidos aumentem, vamos trazer mais mão de obra”, relata Marcelo Veneroso, que pontua que esse cenário também irá propor alguns desafios.

“A indústria demanda mão de obra qualificada. Tem que ir atrás disso e também nos prepararmos para qualificarmos os nossos funcionários”, salienta.

Exportações – Quando o assunto são as exportações, os números da Abimaq revelam que houve queda de 6,2% em outubro na comparação com setembro e de 8,3% em comparação ao mesmo período de 2018. No entanto, Marcelo Veneroso pondera que esses dados devem ser tratados com cuidado. “O mercado externo está muito reprimido, então isso diminui as compras externas no Brasil”, pontua.

No entanto, o dólar um pouco mais alto vai favorecer esses números, salienta o membro do Conselho Administrativo da Abimaq, mesmo que o mercado externo esteja comprando menos.

Diante de todo esse cenário, as perspectivas não são de euforia, conforme Marcelo Veneroso destaca, mas de otimismo. “O ano que vem deverá ser positivo não somente para o setor, mas para o Brasil”, finaliza.

Demanda interna impulsiona resultado do País

São Paulo – A receita líquida da indústria de máquinas e equipamentos do Brasil em outubro subiu 1,9% sobre o mesmo período do ano passado, para R$ 7,64 bilhões, puxada pela demanda interna, informou ontem a associação que representa o setor, Abimaq.

Segundo a entidade, o consumo aparente de máquinas no Brasil disparou 33,7% na mesma comparação, para cerca de R$ 14 bilhões. No ano, o indicador acumula crescimento de 15,9%, a R$ 107,24 bilhões.

A Abimaq citou melhora nas vendas de bens sob encomenda, voltados para grandes projetos e que costumam carregar margem melhor de lucro, principalmente para os setores de celulose e mineração.

Exportações e importações – Mas as exportações do setor recuaram 21% em outubro sobre um ano antes, apesar do câmbio mais favorável, enquanto as importações subiram 39,7%, para R$ 1,95 bilhão, em meio a medidas tomadas pelo governo federal de redução de imposto de importação para uma série de equipamentos neste ano.

“Ainda que o câmbio ao redor de R$ 4 por dólar tenha proporcionado melhora nos retornos financeiros dos exportadores de máquinas e equipamentos, o cenário internacional em desaceleração vem inviabilizando o aumento das vendas, principalmente nos países da América Latina, alguns países da Europa e na China”, afirmou a Abimaq.

Sobre as importações, a entidade citou que parte da alta pode ser atribuída ao setor de petróleo e gás, que tem comprado componentes para geração de energia, válvulas, tubulações e equipamentos para sondagem e exploração. A Abimaq afirmou ainda que o crescimento nas compras de equipamentos importados está ligado a alterações no programa “Repetro-Sped”, “que proporcionaram mudanças na propriedade dos equipamentos de pesquisa e exploração de petróleo e gás natural de subsidiárias localizadas no exterior para empresas sediadas no Brasil”.

A Abimaq afirmou que a carteira de pedidos do setor de máquinas e equipamentos subiu 2,3% em outubro sobre o mesmo mês do ano passado e 14,1% ante setembro, “sinalizando uma melhora nas encomendas de bens não seriados”.

Apesar disso, o setor segue trabalhando com um nível de ociosidade de cerca de 25%, afirmou a Abimaq. (Reuters)

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