Setor de materiais de construção em Minas tem alta de 11% no faturamento

Em 2020, o isolamento social para conter a pandemia de Covid-19 estimulou as reformas de imóveis. Com isso, houve um aumento da demanda por materiais de construção. O faturamento do setor, em Minas Gerais e no País, cresceu cerca de 11% no último ano. Com a demanda maior e a oferta restrita, já que houve parada em várias fábricas, os custos dos materiais também subiram, pelo menos, 30% no período, o que limitou os ganhos do setor.
Para 2021, as expectativas são positivas e a tendência ainda é de mercado aquecido, principalmente após março, quando os gastos com impostos e demais despesas do início do ano acabam. Porém, ainda existem incertezas econômicas e em relação à pandemia, que podem interferir no desempenho.
De acordo com o vice-presidente da Associação dos Comerciantes de Material de construção de Minas Gerais (Acomac-MG), Paulo Machado Zica de Castro Ferreira, o início de 2021 vem sendo marcado por uma desaceleração da demanda, que já era esperada devido aos primeiros meses do ano concentrarem pagamentos de impostos e algumas despesas.
Porém, a tendência é de que, a partir de março, a demanda volte a crescer. Zica explica que, em 2020, as vendas de material de construção foram afetadas nos primeiros meses da pandemia, porém, como a atividade foi considerada essencial e devido ao maior período das pessoas em casa, a demanda se recuperou e cresceu.
“No ano passado, com a pandemia, entre março e abril, enfrentamos momentos difíceis com queda de vendas. Mas, a partir de meados de abril, percebemos que o mercado ia reagir bem. De maio para frente, tivemos um ano completamente diferente e começamos a vender mais do que esperávamos”.
Com o aumento da demanda e fábricas paralisadas, o setor enfrentou problemas de abastecimento, gerando elevação de preços. “O faturamento do setor de material de
construção cresceu, em Minas Gerais, em média, 11% em 2020. Porém, empresários que estavam preparados e conseguiram equalizar os preços com os custos, aumentaram o faturamento em até 30%.
É importante ressaltar que esse aumento do faturamento veio também da elevação dos preços dos materiais, por isso, não significa que a rentabilidade das empresas acompanhou”.
Zica explica que o aumento dos custos dos materiais chegou a cerca de 30%, impulsionado, principalmente, pelos preços do cimento, aço e tubos de PVC. Para 2021, é esperada a regularização da oferta de materiais. Além disso, o avanço da vacinação contra a Covid-19 tende a favorecer a economia, o que é importante para estimular os investimentos em reformas e o setor de materiais de construção.
“Para este ano, estimamos acompanhar o crescimento nacional do setor. Temos muito espaço para crescer, o mercado está aquecido e muitas pessoas iniciaram as reformas e vão dar continuidade. Esperamos ter um ano melhor”, disse.
País – A tendência de resultados positivos no setor de materiais de construção em 2021 também é defendida pelo superintendente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Waldir Abreu. Em 2020, o setor nacional cresceu 11% em faturamento.
“Ainda trabalhamos com muitas incertezas e esperamos que, depois de março, possamos traçar um panorama mais seguro para o setor. A princípio, para 2021, no País, traçamos três estimativas. Em uma estimativa pessimista, esperamos que nosso setor cresça de 1% a 1,5% sobre o faturamento de 2020. Em uma visão mais realista, acreditamos em uma expansão de 3% a 3,5%.
Em um cenário otimista, a tendência é ampliar o faturamento entre 4,5% e 5%”. Ainda segundo Abreu, a estimativa é de que a demanda pelos materiais de construção se torne maior a partir de março, período em que os gastos com impostos e demais despesas de início de ano são concluídos.
Em janeiro, os empresários tiveram a percepção de queda nas vendas elevada se comparada com dezembro de 2020. Em janeiro, o “Termômetro Anamaco”, pesquisa realizada pela associação nacional em parceria com a Fundação Getulio Vargas/ Instituto Brasileiro de Economia (FGV / Ibre) mostrou que a percepção de alta nas vendas recuou em janeiro, passando de 37% para 33% na comparação com dezembro.
Ainda mais relevante foi o comportamento das assinalações de queda, que passaram de 3% para 35%. “Este resultado já era esperado porque as vendas, normalmente, são menores nos primeiros dois meses do ano. Uma característica do nosso setor é o otimismo, e esperamos crescer em 2021”.
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