Setor de produção de borracha estima crescer 3% neste ano em MG

O clima de incerteza na política brasileira, causado pela mudança de governo na esfera federal, é apontado como o grande desafio para o setor de produção de borracha de Minas Gerais. Mesmo assim, a indústria espera por um pequeno crescimento de até 3% acima da inflação em 2023, puxado pelo setor de mineração, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Artefatos e Beneficiamento de Borracha e Elastômeros no Estado de Minas Gerais (Sinborminas), Élcio Fortunato do Carmo.
Para o presidente da entidade, o atual governo tem elaborado muitas propostas que podem afetar o setor, causando uma perda de competitividade no mercado internacional.
Carmo relata que o momento é de cautela e que “todos os empresários do setor aguardam ansiosos por um posicionamento definitivo do governo”. Ele explica que assim que houver esse posicionamento, os empresários poderão começar a elaborar estratégias de crescimento para seus respectivos negócios.
O presidente do sindicato também lembra que as empresas de extração mineral têm apresentado boas perspectivas de crescimento e com o câmbio favorável elas devem acabar crescendo acima da inflação, beneficiando assim o setor de artefatos de borrachas, já que a indústria mineral é um dos principais clientes.
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Já no caso dos demais setores atendidos – como de recapagem de pneus, portuária e automotiva – ele acredita que a tendência será de manter os resultados do ano passado, acompanhando a inflação. Para Carmo, apenas uma mudança expressiva na economia poderia alterar esse cenário.
Quanto à questão ligada aos investimentos em melhoria e expansão da produção neste ano, o líder do sindicato ressalta que o setor de borracha vem investindo constantemente na busca por novas tecnologias. “Está no DNA da indústria, em momentos de incertezas, elas ocorrem com pequenos investimentos, suportados em sua maioria por parte dos empresários sem financiamento externo”, declara. Mas ele também salienta que em momentos como o atual, todos os empresários apresentam certo receio em realizar grandes investimentos.
Insumos
Fortunato do Carmo disse que o setor não tem encontrado dificuldades para adquirir insumos neste início de ano. Além disso, os preços também não apresentaram aumentos expressivos, em relação ao ano passado; “houve até em alguns insumos uma pequena redução”, relata.
A indústria de borracha espera que haja uma acomodação nos preços, após uma forte elevação em 2022, e uma redução destes insumos, já que nos patamares atuais a indústria perde competitividade. Na avaliação do presidente do Sinborminas, é necessária uma revisão das regras tributárias e trabalhistas, reduzindo a burocracia e a interferência do Estado nas organizações.
Já sobre a questão da falta de mão de obra qualificada, o presidente do Sinborminas lembra que se trata de um problema que tem se refletido em todas as empresas de forma geral; “seja na Indústria, no comércio ou serviços, bons profissionais estão escassos”.
Para Carmo, a indústria tem investido muito na formação de mão de obra, por meio do Sistema S. “É um desafio formar mão de obra e também um processo longo, e depois de formado, a retenção é ainda mais difícil, mas acreditamos no potencial do trabalhador brasileiro”, destaca.
Nova Diretoria
A nova diretoria do Sinborminas para o triênio 2022/20025 foi apresentada na última sexta-feira (10) durante uma cerimônia, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte. Neste mesmo evento, a entidade também celebrou os seus 30 anos de atuação no setor produtivo e homenageou as empresas e industriais do segmento de artefatos de borracha.
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