Setor de rochas ornamentais mantém o otimismo para 2021

Apesar de todos os desafios enfrentados em 2020 por conta da pandemia da Covid-19, o setor de rochas ornamentais permaneceu estável em Minas Gerais. A vacinação da população contra a doença e as expectativas de que o cenário pouco a pouco volte ao normal também trazem esperança para o segmento neste ano.
Se tudo ocorrer bem ao longo de 2021, diz o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Beneficiamento de Mármores, Granitos e Rochas Ornamentais no Estado de Minas Gerais (Sinrochas-MG), José Balbino, 2022 já deverá ser um ano de um crescimento interessante para o setor.
No Estado, quando se compara o primeiro bimestre deste ano com igual período do ano passado, já se vê um crescimento, por exemplo, dos valores relacionados à exportação de ardósia.
De acordo com os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, enquanto nos dois primeiros meses de 2020 as vendas do produto para o mercado externo somaram US$ 5,5 milhões, esse número aumentou para US$ 6 milhões em 2021, o que representa alta de 9%.
Nessa mesma base de comparação, também houve incremento dos números do quartzito. Se no primeiro bimestre do ano passado as exportações mineiras chegaram a US$ 545 mil, nos dois primeiros meses de 2021 registraram US$ 1,2 milhão, incremento de 120,1% no período.
Alguns fatores ajudaram a manter os números da área estáveis, mesmo em meio à crise que atingiu todo o mundo. Balbino ressalta que a maioria dos materiais produzidos em Minas Gerais vai para o mercado externo, sobretudo para os Estados Unidos e China. Alguns países da Europa também ajudam a fomentar essas comercializações. Dessa forma, a desvalorização do real frente ao dólar se mostra positiva nesse cenário.
“O mercado de rochas ornamentais para o exterior está bom. Tem havido também procura pelas rochas mais exóticas, mais nobres”, diz ele.
No Brasil, por sua vez, a maior busca é pelos granitos mais comuns, que contam com preços mais competitivos no mercado. Com a construção civil aquecida, o mercado interno também tem se desenvolvido bem, apesar de todos os desafios, segundo Balbino. “O mercado interno está indo relativamente bem, apesar da pandemia”, afirma ele.
Desafios
Embora existam fatores a favor do segmento de rochas ornamentais, o setor, como tantos outros, também passou por vários desafios no ano passado. Como várias outras áreas, sofreu sobretudo com as incertezas iniciais da pandemia, quando negócios foram fechados por um tempo e demissões foram feitas.
“Em um primeiro momento, houve um impacto grande. As vendas diminuíram. Algumas empresas chegaram a fechar e a fazer demissões. Depois que o mercado foi se adequando, foram realizadas recontratações. Tudo foi voltando à normalidade”, diz o presidente do Sinrochas-MG.
Apesar de esse momento já ter passado, alguns desafios persistem, de acordo com Balbino. Ainda é importante, diz ele, se adequar a esse novo cenário trazido pela pandemia da Covid-19.
Uma postura que as organizações do segmento devem adotar, segundo o presidente do Sinrochas-MG, é a rapidez nas decisões. “Ser extremamente rápido nas decisões para que se possa conseguir evitar problemas mais sérios nas empresas”, salienta ele.
Para continuar apresentando bons resultados, Balbino chama a atenção para o fato de que o segmento precisa apostar em inovação e tecnologia, como aquelas que envolvem os equipamentos utilizados pelo setor. “Se não investe neste momento, acaba ficando aquém da concorrência”, diz.
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