Setor de serviços acumula alta de 7,9% em Minas Gerais

O setor de serviços em Minas Gerais registrou alta de 7,9% entre janeiro e julho na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Somente em julho, o setor registrou alta de 1,9% na comparação com o mês imediatamente anterior. Já em relação ao mesmo intervalo do ano passado, a alta foi de 6,9%.
De acordo com o analista de informações do IBGE, Daniel Dutra, o resultado de julho foi o segundo maior da série histórica, iniciada em 2014. “Nós tivemos em maio o maior pico, quando o setor registrou 107,55 pontos. Agora em julho a pontuação chegou a 106,65 sendo a segunda de principal destaque. Isso mostra que a tendência é de um crescimento importante para o setor mineiro de serviços”. A pior fase registrada, segundo a série histórica, foi em 2020, com o início da pandemia, quando o setor registrou quedas abaixo de 100 pontos durante vários meses.
Dutra explica que com a flexibilização das medidas de combate à pandemia de Covid-19, entre julho e agosto de 2021, o setor começou a ganhar mais fôlego.
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Entre os destaques está o grupo de serviços prestados às famílias, com alta de 44,6% entre janeiro e julho em comparação ao mesmo período do ano passado. Nessa classificação, estão inseridos os serviços de hotéis, restaurantes, casas de show, academias, salões de beleza e funerárias, por exemplo.
O crescimento deste grupo se dá pela recuperação de grande parte dos serviços considerados não essenciais durante a pandemia. A eles, somam-se os serviços que já estavam operando, mas em formato diferenciado, dentre eles os estabelecimentos que adotaram as entregas delivery.
Em seguida está o grupo de atividades formado por transportes e serviços auxiliares aos transportes e correio. De acordo com o IBGE, estes segmentos obtiveram alta de 17,3% no acumulado do ano, frente ao mesmo período em 2021. “Esse aumento ocorreu por conta da alta demanda de consumo de compra e venda proporcionado pelo comércio eletrônico. Com isso, o mercado precisou atender uma forte demanda de serviços de transporte e de logística. Outro fator importante para essa elevação foi a retomada do consumo por viagens aéreas e terrestres”, explica o analista do IBGE.
O pior desempenho durante janeiro e julho deste ano, segundo a pesquisa, ficou para o grupo composto por serviços imobiliários, manutenção automotiva, manutenção de eletrônicos, corretoras de seguros e seguradoras, além de serviços de saneamento básico. Esses segmentos registraram uma queda de 35% no acumulado do ano, em comparação ao volume de serviços oferecidos no mesmo período do ano passado.
Julho
Na relação entre julho frente ao mês de junho, o setor de serviços em Minas registrou um avanço de 1,9%. Enquanto isso, o Brasil mostrou um avanço menor, de 1,1% no mesmo período.
No referido período, dois dos cinco serviços de maior destaque são o segmento de transportes com alta de 2,3%, e informação e comunicação com crescimento de 1,1%. O setor de transportes acumulou ganho de 3,9% nos três últimos meses e, em julho, foi influenciado principalmente pelos bons resultados de atividades como gestão de portos e terminais e concessionárias de rodovias. O transporte de cargas, que acumula alta de 19,7% desde outubro do ano passado, avançou 1,2% em julho.
Resultado está acima do nível pré-pandemia
Brasília e Rio – Após impulsionar o crescimento do PIB no primeiro semestre, o volume de serviços do Brasil cresceu bem acima do esperado por analistas em julho, no terceiro mês seguido de avanço sobre o mês anterior, que levou o setor a patamar 8,9% acima do nível pré-pandemia, mostraram números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem.
O desempenho no mês foi favorecido por serviços voltados à atividade empresarial e teve o impulso, ainda, das férias escolares, com estímulo à demanda por passagens e hospedagens, mesmo em cenário de inflação elevada.
O setor de serviços cresceu 1,1% em julho em relação a junho, na série com ajuste sazonal, e teve alta de 6,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de avanços de 0,5% na comparação mensal e de 5,8% na base anual.
Segundo o IBGE, os destaques do mês foram os setores de transportes, com alta de 2,3% sobre junho, e de informação e comunicação, que cresceu 1,1%. Os serviços prestados às famílias avançaram 0,6%.
Os dois outros grupos investigados — outros serviços e serviços profissionais, administrativos e complementares — caíram 4,2% e 1,1%, respectivamente.
“Essa retomada de crescimento é bastante significativa e é ligada aos serviços voltados às empresas, como os de tecnologia da informação e o de transporte de cargas, que têm um crescimento expressivo e alcançam, em julho, os pontos mais altos das suas respectivas séries”, afirmou em nota o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Ele destacou que a inflação elevada tem impactado o setor — o que é apontado por um crescimento das receitas nominais de serviços acima da expansão do volume na base anual — sem ser um impeditivo ao crescimento dos serviços, que teve sua demanda fortemente reprimida durante a pandemia.
No acumulado do ano até julho, o volume de serviços cresce 8,5% frente a igual período de 2021. Em 12 meses, a alta é de 9,6% — em uma desaceleração sobre os 10,5% registrados em junho e os 12,8% de abril.
Lobo disse considerar “natural” a perda de ritmo. “É difícil ter dois anos seguidos de crescimento forte e espalhado”, afirmou, ressaltando o desempenho expressivo do setor em 2021, com alta de quase 11%.
Com o resultado de julho, o setor de serviços está 8,9% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,8% abaixo do seu nível histórico mais alto, atingido em novembro de 2014, disse o IBGE.
A inflação ao consumidor acumulou alta de 8,73% nos 12 meses até agosto, bem acima da meta de 3,50% do Banco Central para 2022.
O setor de serviços foi um dos principais impulsionadores do Produto Interno Bruto no segundo trimestre do ano, quando a economia como um todo cresceu 1,2% sobre os três meses anteriores, com alta de 1,3% dos serviços. (Reuters)
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