Setor de serviços avança 9,2% no 1º semestre em Minas

O volume de serviços prestados em Minas Gerais cresceu 9,2% na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período de 2022. A evolução do setor no Estado ficou acima da variação nacional de 4,7%. Os dados foram divulgados ontem (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e compõem a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).
A maior influência para o resultado veio dos serviços de informação e comunicação, com um crescimento no período de 12,4%. O segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio também se destacou, com uma evolução de 11%. Serviços profissionais, administrativos e complementares (8,8%) e serviços prestados às famílias (7,7%) vieram na sequência. Por outro lado, o grupo “outros serviços” registrou uma variação negativa de 9,4%.
Conforme o analista em Informações Estatísticas e Geográficas do IBGE Minas, Daniel Dutra, o transporte rodoviário de cargas vem há alguns meses se destacando. A explicação está nos recordes da safra agrícola brasileira, que eleva a necessidade de escoamento dos produtos. Com um agronegócio pujante e a maior malha rodoviária do País, o impacto disso é forte no Estado.
Outro fator que impulsionou os transportes de cargas são as mudanças das formas de consumo da população no pós-pandemia. As entregas feitas em domicílio, por exemplo, subiram substancialmente. Nesse sentido, segundo ele, as modificações vistas na sociedade, como o uso do home office, também influenciaram a alta procura por serviços de tecnologia da informação.
De acordo com o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Gilson Machado, entre março de 2020 – início da pandemia – e maio de 2021, o segmento de serviços de informação e comunicação apurou uma queda de 44%. Porém, nos últimos 25 meses, teve uma curva de evolução significativa, de mais de 77%.
“Acredita-se que com a pandemia, houve um avanço tecnológico estimado em mais de 10 anos, o que resulta em uma alta na procura pelos serviços. E é um segmento que muda constantemente. No ano passado, por exemplo, teve o lançamento do ChatGPT, que foi algo bombástico, gerando muita demanda nessa atividade, na automatização de tarefas e na comunicação”, disse Machado.
Ainda segundo o economista, a desaceleração da inflação influenciou no aumento do volume de serviços em Minas Gerais. Além disso, ele destaca os números positivos do mercado de trabalho, uma vez que, mais pessoas empregadas tende a resultar em mais consumo e, consequentemente, mais serviços. Para Machado, terminar o semestre com um desempenho positivo em quase 10% corrobora para que se tenha um avanço satisfatório no encerramento de 2023.
Serviços fecha junho com alta mensal de 0,9% e anual de 11,8%
Os dados específicos de junho apontaram um crescimento do setor de serviços no Estado de 0,9% em relação a maio. O resultado foi superior ao índice brasileiro de 0,2%. Já em comparação ao mesmo mês de 2022, o desempenho mineiro subiu 11,8%, enquanto o nacional cresceu 4,1%.
Segundo o levantamento, os segmentos que mais contribuíram para a variação positiva anualizada foram os serviços de informação e comunicação e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio. Os dois grupos tiveram uma alta de 14,7%.
Os serviços profissionais, administrativos e complementares e os serviços prestados às famílias também cresceram, sendo que o primeiro variou 10,6% e o segundo, 6,3%. De modo oposto, o segmento “outros”, que engloba atividades imobiliárias, de gestão de resíduos, financeiras e manutenção e reparação de bens diversos, por exemplo, apurou uma queda de 2,4%.
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