Economia

Setor de serviços cresce 8,7% em Minas

Avanço no Estado em fevereiro foi impulsionado pela maior demanda do segmento de informação e comunicação
Setor de serviços cresce 8,7% em Minas
Crédito: Sandro V Maduel/ANTT

O setor de serviços em Minas Gerais apresentou um avanço de 8,7% em fevereiro frente ao mesmo mês do ano anterior. Já na comparação com janeiro, o índice subiu 0,8%, na série com ajuste sazonal. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem (27).

Esse levantamento demonstrou que o crescimento do setor mineiro de serviços no comparativo com fevereiro foi puxado principalmente pelas atividades de Serviços de informação e comunicação (14,1%) e de Serviços prestados às famílias (14%). O analista em Informações Estatísticas e Geográficas do IBGE Minas, Daniel Dutra, aponta para o grande salto dos Serviços de informação, “foi o indicador que mais subiu nesse mês”, diz.

Quanto aos Serviços prestados às famílias, o analista explica que já vem apresentando altos indicadores desde a pandemia devido ao impacto do fechamento de várias atividades. Porém, na visão de Dutra, essa sequência deve ser interrompida. “Como a gente está sempre comparando com 12 meses atrás, ele sempre tinha indicadores altos, mas agora ele está começando a cair. Porque ao comparar um período normal com outro, ele tende a ser menos relevante”, relata.

Dutra também destaca que o Setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio continua bastante relevante, ficando em terceiro no índice de fevereiro com 11,8%, após dois meses seguidos na liderança. Ele ainda lembra que esse setor possui uma grande participação no indicador, além de ter crescido bastante no cenário nacional.

Para o analista do IBGE Minas, alguns dos motivos que podem explicar esse bom desempenho dos Transportes é o fato de o Estado ter a maior malha rodoviária do Brasil, um grande escoamento da produção agropecuária e contar com a presença de grandes operações de e-commerce em municípios mineiros, como Extrema, no Sul de Minas.

Além destas três, outra atividade que também apresentou elevação no comparativo foi o de Serviços profissionais, administrativos e complementares, com saldo positivo de 4,4%. Já o segmento denominado de “outros serviços” teve um desempenho negativo e recuou 12,6%.

Juros e inflação

Quanto aos impactos dos juros e da inflação, Dutra revela que o setor de comércio tende a ser mais sensível que o de serviços, principalmente na questão da inflação. Ele explica que os efeitos da inflação são mais perceptíveis no comércio, já que esse setor trabalha com a venda de produtos; enquanto no caso dos serviços, a inflação compõe uma série de fatores, mas não é a principal variável.

Além disso, ele destaca a característica heterogênea do setor de serviços, que torna os impactos dos juros elevados e da inflação menos perceptivos. “Não dá para comparar transporte com hotel ou com serviço de cabeleireiro, são muito diferentes”, conclui.

Acumulado

No acumulado do primeiro bimestre de 2023, o setor de serviços no Estado apresentou alta na variação de 9,9%. Para o analista, esse desempenho no primeiro bimestre é algo muito sazonal e ainda não é o suficiente para servir como indicador de uma tendência para os próximos meses.

Os destaques positivos foram os segmentos de Transportes (15,5%) e de Serviços prestados às famílias (14,6%). Já Outros serviços foi o único grupo a apresentar uma redução no período, com queda de 12%.

o acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi de 7,8% em Minas Gerais. Dutra lembra que durante esse período, o índice do setor mineiro de serviços alcançou o seu pico em dezembro do ano passado e logo no mês seguinte sofreu uma forte queda.

Dentre os cinco grupos de atividades analisados pelo IBGE no Estado, três apresentaram elevações na variação acumulada: Serviços prestados às famílias (32,1%), Transportes e serviços auxiliares aos transportes e correios (21%) e Serviços profissionais, administrativos e complementares (14,9%).

Apenas Outros serviços e os Serviços de informação e comunicação tiveram queda nesse período, de 26,7% e 0,7%, respectivamente.

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