Economia

Setor de serviços cresce 2% em fevereiro em Minas Gerais

Na comparação com janeiro, houve um recuo de 0,6%
Setor de serviços cresce 2% em fevereiro em Minas Gerais
Foto: REUTERS/Adriano Machado

O volume de serviços em Minas Gerais avançou 2% em fevereiro de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A variação positiva foi puxada, principalmente, pelos serviços de informação e comunicação, que cresceram 5,9%. Com o resultado de fevereiro, o setor de serviços acumula no primeiro bimestre, um crescimento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (10). 

Além do setor de informação e comunicação, outras três atividades apresentaram desempenho positivo em fevereiro:

  • os serviços profissionais, administrativos e complementares (2,1%),
  • os prestados às famílias (0,8%),
  • e os serviços de transportes e correio (1%).

Na contramão destes indicadores, a categoria “outros serviços” apresentou a única queda, de 8,7%.

Para a economista da Fecomércio-MG Gabriela Martins, a alta foi dentro do esperado, já que fevereiro foi o sexto mês consecutivo de expansão nessa ótica de comparação. “Isso nos leva a acreditar que a tendência do setor é manter resultados positivos ao longo do ano, porém, sem um crescimento muito expressivo”, afirmou.

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Com relação a janeiro, o volume de serviços em Minas Gerais recuou 0,6% em fevereiro, reduzindo a queda do mês anterior que havia sido de 1,7%, frente a dezembro. Das 27 unidades federativas pesquisadas, o estado mineiro foi um dos seis do País a registrar queda no volume de serviços em fevereiro de 2025, conforme informou o IBGE.

Este resultado de um mês para o outro foi um dos três que exerceram a principal influência negativa no resultado nacional, quando o Brasil mostrou expansão de 0,8% frente a janeiro.

No índice acumulado do primeiro bimestre de 2025 em Minas, frente a igual período do ano anterior, o setor de serviços apresentou expansão de 1,5%, com quatro das cinco atividades de divulgação apontando taxas positivas. 

Em janeiro e fevereiro, serviços de informação e comunicação foram as que apresentaram a maior alta, 4,6%. Outras três atividades apresentaram desempenho positivo no bimestre:

  • os serviços prestados às famílias (1,7%);
  • os serviços profissionais, administrativos e complementares (0,7%),
  • e os serviços de transportes e correio (1,5%).

Já a categoria “outros serviços” apresentou a única queda, 11,3%.

Apesar de os números nacionais apresentarem melhores resultados que os de Minas, o economista-chefe da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), João Gabriel Pio, pontua que, ainda assim, a análise da evolução mensal do volume de serviços em Minas Gerais indica desempenho superior ao registrado em 2019, antes da pandemia, e também acima dos resultados nacionais.

“Na evolução, o desempenho de Minas Gerais tem performado muito melhor que o do Brasil, desde fevereiro de 2020”, avaliou.

Expectativa é de crescimento moderado ao longo do ano

As projeções para 2025, segundo Pio, indicam crescimento mais moderado do setor de serviços, já que a continuidade da política monetária restritiva tende a encarecer o crédito e limitar a demanda por serviços.

Segundo o economista, a inflação persistente, com projeções acima do teto da meta, também reduz o poder de compra das famílias, tornando o ambiente menos favorável à expansão do setor.

“Apesar do cenário desafiador, fatores como o mercado de trabalho aquecido e a criação de uma nova linha de crédito consignado para trabalhadores do setor privado podem atuar como estímulos adicionais, ajudando a evitar uma desaceleração mais acentuada e repentina”, afirma.

Diante desse contexto, a Fiemg projeta um crescimento de 2,2% para o volume de serviços em 2025, crescimento mais moderado, que Gabriela Martins da Fecomércio-MG atribuiu às incertezas econômicas globais.

“As oscilações cambiais proporcionadas pelas medidas adotadas por (Donald) Trump, atingem diretamente os mercados e isso tende a aumentar a aversão ao risco, o que pode levar a uma fuga de capital do País”, explica.

Ela pontua ainda que com as taxas de câmbio pressionadas e as importações mais caras, os preços e insumos de produtos brasileiros podem ser impactados, afetando o mercado local.

Atividades turísticas crescem 3,7% em Minas no acumulado do ano

Quando analisadas apenas as atividades de turismo, na comparação de fevereiro deste ano com fevereiro de 2024, o índice de volume de atividades turísticas em Minas Gerais apresentou expansão de 3,7%, contribuindo positivamente para a expansão nacional, que foi de 7,3% no período.

Na visão do professor de Ciências Contábeis da Estácio BH, Haroldo Andrade Junior, os bons resultados do turismo mineiro resultam do perfil do Estado: um local que oferece muitas opções turísticas, além de um povo muito acolhedor.

“As pessoas vêm a Minas Gerais e se sentem bem aqui. O fato de você ter uma diversidade muito grande de cidades, recursos naturais abundantes, ecoturismo e cidades históricas, torna o Estado atrativo para o visitante”, afirma.

Ele também lembra que o alto valor das passagens aéreas e a valorização do dólar contribuem para o turismo regional. “O alto preço das passagens aéreas desencoraja as famílias a irem para localidades mais distantes como o nordeste e sul do País. Elas acabam ficando no entorno para proporcionar lazer para todos os membros da família”, avalia.

Além disso, há a valorização do dólar, que acaba influenciando nas viagens internacionais. “A viagem para o exterior nesse momento se torna inviável já que em família, você precisa proporcionar opção de lazer para todos. As pessoas acabam ficando dentro do País”, diz Andrade Junior.

Analisando o acumulado do ano, a expansão turística do Estado acumula 0,8% de crescimento, 4.5 pontos percentuais abaixo da expansão nacional, que foi de 5,3% no período.

Quando observado apenas o mês de fevereiro de 2025 em relação a janeiro, Minas Gerais foi um dos dez locais, dentre os 17 pesquisados, que acompanhou o movimento de expansão na atividade turística nacional. De janeiro para fevereiro, foi 1,7% de expansão, contribuindo positivamente para a média nacional, que foi de 2,9%.

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