Setor de serviços em Minas cresce 0,5% em maio e supera média nacional

O volume do setor de serviços em Minas Gerais avançou 0,5% em maio de 2025, na comparação com abril, superando o resultado nacional, que foi de 0,1%, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além de Minas, outras oito unidades da federação assinalaram expansão no volume de serviços em maio deste ano. Os maiores impactos positivos vieram de São Paulo (0,8%) e Rio de Janeiro (1,8%), seguidos por Mato Grosso (2,5%) e Minas Gerais (0,5%). Em contrapartida, o Distrito Federal (-3,2%) e Pernambuco (-3,9%) exerceram as principais influências negativas do mês.
Além de Minas, outras oito unidades da federação registraram expansão no volume de serviços em maio deste ano. Os maiores impactos positivos vieram de São Paulo (0,8%) e Rio de Janeiro (1,8%), seguidos por Mato Grosso (2,5%) e Minas Gerais (0,5%). Em contrapartida, o Distrito Federal (-3,2%) e Pernambuco (-3,9%) exerceram as principais influências negativas do mês.
De acordo com o analista do IBGE responsável pela pesquisa em Minas Gerais, Daniel Dutra, o setor de Transportes foi a atividade que mais contribuiu para a alta em maio no Estado, principalmente as atividades de transporte rodoviário de cargas, que envolvem a organização do:
- transporte de carga,
- transporte aéreo de passageiros
- e transporte ferroviário de cargas.
Quando comparados os números de maio de 2025 com o mesmo mês do ano passado, o resultado de Minas Gerais foi aquém do nacional. Enquanto Minas Gerais avançou 2,4%, o Brasil registrou avanço de 3,6% em relação a maio de 2024.
Conforme os dados do IBGE, no comércio varejista, cinco das oito atividades investigadas apresentaram avanços em maio de 2025, na comparação anual, com destaque para tecidos, vestuário e calçados, e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que avançaram 14,1% e 12,2%, respectivamente.
Segundo Dutra, a atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que é a principal influência no indicador geral do Estado, apresentou crescimento de 0,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, contribuindo positivamente para o índice.
Já o resultado das atividades relacionadas aos serviços profissionais, administrativos e complementares, e aos serviços prestados às famílias, impactou negativamente o índice. Ambas as atividades tiveram recuo de 2,2% e 0,1% no período, respectivamente.
O professor de economia do Uni-BH, Fernando Sette Júnior, considera que, embora o desempenho de Minas Gerais no setor de serviços tenha ficado levemente abaixo da média nacional (na comparação entre os meses de maio de 2024 e 2025), em outros meses, o Estado chegou a superar o desempenho do País.
“O setor de serviço tem se mostrado consistente e estruturalmente sólido. Isso se deve a características estruturais da economia mineira, como a diversificação da base de serviços, com forte presença de segmentos como educação privada, saúde, atividades administrativas e jurídicas que tendem a ser mais estáveis mesmo em períodos de incerteza econômica”, avalia.
Além disso, ele ressalta que Minas possui uma integração relevante com cadeias produtivas urbanas e industriais, especialmente em polos como Belo Horizonte e Uberlândia, que impulsionam a demanda por serviços especializados, logísticos e de tecnologia.
Outro ponto que Sette Júnior destaca é a retomada gradual do emprego formal, que tem estimulado o consumo local e o crescimento do transporte urbano de passageiros. O mercado de trabalho aquecido reforça, na análise do economista, a prestação de serviços urbanos e amplia a movimentação econômica nas cidades mineiras. “Tudo isso contribui para um desempenho robusto do setor de serviços no Estado”, diz.
No acumulado do ano, frente a igual período do ano passado, o volume de serviços em Minas Gerais cresceu 0,8%, enquanto o Brasil registrou um aumento de 2,5%. Já nos últimos 12 meses, de acordo com o IBGE, Minas Gerais apresentou expansão de 1,3%, enquanto, no Brasil, esse índice foi de 3%.
O analista do IBGE, Daniel Dutra, ressalta que no ano de 2025, o setor de serviços em Minas Gerais apresentou duas altas em cinco meses. E em 12 meses, foram registrados sete avanços e quatro recuos nos indicadores mensais da PMS em Minas Gerais. “Esse cenário revela uma tendência de crescimento do setor de serviços no período”, diz.
Atividades turísticas recuam em maio
Quando analisadas apenas as atividades de turismo, na comparação anual, o índice de volume de atividades turísticas em Minas Gerais teve um recuo de 1,7%, sendo o único estado do País a exercer impacto negativo na expansão nacional, que foi de 9,5% no período. Porém, na comparação entre abril e maio deste ano, Minas registrou expansão de 0,5%, enquanto o desempenho nacional ficou estável, sem crescimento (0%).
Nesse caso, o economista Fernando Sette Júnior aponta três fatores que explicam a queda no volume de atividades turísticas mineiras, se comparadas com o cenário nacional de maio, em que o setor ainda apresentou crescimento. O primeiro é a base de comparação elevada. “Em maio de 2024, o turismo mineiro teve uma performance muito forte, o que naturalmente torna o comparativo deste ano mais desafiador”, relembra.
Em segundo lugar, houve uma menor concentração de eventos culturais e religiosos relevantes em maio de 2025, o que reduziu o fluxo de visitantes em diversas regiões turísticas do Estado. Por fim, o economista observa uma desaceleração do turismo doméstico de curta duração. “Especialmente aquele que depende de deslocamentos rodoviários, que é justamente uma das principais características do turismo em Minas”, diz.
Segundo semestre deve apresentar ‘cauteloso otimismo‘
O cenário para o segundo semestre de 2025 é de “cauteloso otimismo”, segundo o professor do Uni-BH, Fernando Sette Júnior. Para ele, a tendência é que o setor de serviços continue em trajetória de crescimento, embora possivelmente com um ritmo mais moderado.
“No caso de Minas Gerais, três pontos sustentam a expectativa positiva. Primeiro, a geração de empregos formais tem se mantido relativamente estável, o que ajuda a sustentar o consumo local e a demanda por serviços. Segundo, o avanço da digitalização e o crescimento da demanda urbana, especialmente nas áreas de saúde, transporte e educação, que têm impulsionado a prestação de serviços em diversas regiões do Estado. E por fim, a possibilidade de estímulos ao crédito, o que tende a favorecer setores mais sensíveis ao custo do capital, como o de serviços de apoio”, analisa.
No entanto, Sette Júnior alerta que é preciso manter atenção aos riscos. Fatores como uma possível desaceleração da economia global, a instabilidade fiscal interna e oscilações na política monetária ainda podem interferir no desempenho do setor.
“Minas não está imune a esses movimentos, já que possui forte presença industrial e vínculos com setores exportadores que podem ser impactados. A possibilidade de efetivação das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros também gera preocupação adicional, pois pode afetar indiretamente cadeias produtivas e a confiança do empresariado”, conclui.
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