Setor de serviços registra queda de 3% em junho em Minas Gerais

O setor de serviços em Minas Gerais apresentou, em junho, um recuo de 3% frente a maio, na série com ajuste sazonal, enquanto o Brasil mostrou um pequeno avanço, de 0,7%, no mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas a queda não indica necessariamente um sinal de alerta para o setor no Estado.
“Acredito que este recuo seja sazonal. O indicador mensal do volume de serviços está subindo e descendo a cada mês. É uma evolução que vem desde janeiro, mas não é linear. Ela alternou taxas positivas e negativas, mas as positivas superaram com folga as negativas. Minas Gerais está melhor que o Brasil no acumulado do ano, o que mostra que não há um descolamento tão grande entre a realidade nacional e regional”, observa o analista do IBGE, Daniel Dutra.
No acumulado do ano, Minas Gerais apresentou um avanço de 5,9% (três taxas positivas e três negativas), sendo que no Brasil foi registrado um avanço de 0,4%, desde janeiro. Nos últimos 12 meses, em Minas Gerais, foram seis taxas positivas e seis taxas negativas, somando um avanço de 8,2%. Comparado a fevereiro de 2020, no pré-pandemia, o setor de serviços avançou 19%.
Na comparação com o mês anterior, 10 das 27 unidades da Federação tiveram aumento no volume de serviços entre maio e junho, com impactos mais importantes vindos do Rio de Janeiro (2,4%), seguido por Paraná (2,5%), Rio Grande do Sul (2,1%) e São Paulo (0,2%). Em contrapartida, Minas Gerais exerceu a principal influência negativa nos números nacionais, seguido por Amazonas (-5,1%), Ceará (-3,8%) e Pernambuco (-2,4%)
Na comparação com igual mês do ano anterior, 24 dos 27 estados apresentaram taxas positivas, com destaque para São Paulo (7,9%), seguido por Rio Grande do Sul (15,3%) e Minas Gerais (7,9%). Em contrapartida, Distrito Federal (-6,9%), assinalou o principal resultado negativo do mês.
De janeiro a junho, 25 estados apresentaram taxas positivas, com destaque para São Paulo (10,4%), seguido por Minas Gerais (11,3%) e Rio Grande do Sul (15,4%). Em sentido oposto, Distrito Federal (-0,5%) e Rondônia (-1,9%) apontaram os únicos resultados negativos.
O IBGE não replica a análise em nível regional mas, no Brasil, os serviços que mais impactaram positivamente o índice de junho foram os de transporte dutoviário (como os gasodutos), rodoviário de cargas, atividades de engenharia e arquitetura e telecomunicações. Já os serviços de tecnologia da informação (que estavam em alta no mês passado), transporte aéreo de passageiros, concessionárias de rodovias e gestão de portos e terminais foram os que mais impactaram negativamente o índice no mês.
Setores
Os resultados por atividades em Minas Gerais, na comparação de junho de 2022 com o mesmo mês do ano anterior, apontam variações positivas do volume de serviços em três das cinco atividades investigadas.
Mais uma vez o destaque ficou por conta dos serviços prestados às famílias (42,2%). “É um resultado que vem na esteira da continuidade do processo da retomada dos serviços de caráter presencial”, destaca Daniel Dutra. Este é um grupo de atividades que inclui hotéis, restaurantes, academias de ginástica e salões de beleza, entre outros, que, não por acaso, foram os que sofreram maior impacto nos momentos de maiores restrições da pandemia.
O segundo grupo que mais cresceu no último ano foi o de serviços profissionais e administrativos (14,8%), seguido por transportes, serviços auxiliares e correio (13,5%). Segundo Dutra, o transporte de cargas atende em especial à demanda do comércio eletrônico e do setor agropecuário, categorias que, destacadamente, operam acima do nível pré-pandemia.
Já os segmentos que apresentaram resultados negativos se concentram nos grupos de Serviços de informação e comunicação (-1,6%) e Outros Serviços (-41,1%). Este último reúne atividades diversas que vão de compra, venda e aluguel de imóveis a tratamento e disposição de resíduos perigosos, passando por reparação e manutenção de equipamentos. No total, considerando todas as atividades, o avanço do setor de serviços em Minas foi de 7,9%.
Ouça a rádio de Minas