Setor de serviços tem queda de 1,3% em MG

O setor de serviços em Minas Gerais apresentou recuo de 1,3% em setembro na comparação com agosto. Por outro lado, foi registrado crescimento de 11,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada, na sexta-feira (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A superintendente das Pesquisas Econômicas do IBGE em Minas Gerais, Cláudia Pinelli, explica que o setor de serviços vem crescendo ao longo de cinco meses consecutivos e que a queda nos indicadores é pontual.
“Essa retração foi puxada por dois motivos: O primeiro pelas comunicações, devido à falta de matéria-prima, que são os chips. O segundo está relacionado com os transportes, devido à elevação das passagens aéreas. Por isso, a expectativa é a de que para os próximos meses essa situação volte à normalidade e os indicadores repliquem positivamente”.
A pesquisadora esclarece que o aumento nos indicadores no setor de serviço apurado na base anual está relacionado ao atendimento às famílias. “Após o avanço da vacinação, a retomada das atividades com maior flexibilização, as pessoas começaram a sair de casa e utilizar serviços como bares, restaurantes, academias, viagens e, isso, aumentou a economia do setor”.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
No acumulado de janeiro a setembro de 2021, frente a igual período do ano anterior, o avanço do volume de serviços em Minas Gerais foi de 16,0%. No Brasil, o indicador marcou 11,4%. “A expectativa é a de que os serviços envolvendo o atendimento à família, principalmente, para as celebrações de fim de ano, viagens e férias, vão acumular resultados positivos. A tendência é que isso dure até fevereiro e março do ano que vem”, acrescenta Cláudia Pinelli.
A variação acumulada nos últimos 12 meses, em Minas Gerais, foi positiva em 11,3%.
Segmentos
Os resultados por atividades em Minas Gerais, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, apontam variações positivas do volume de serviços em todas as atividades investigadas: serviços prestados às famílias (22%), serviços profissionais, administrativos e complementares (14,9%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (11,9%), outros serviços (9,8%) e serviços de informação e comunicação (7,0%).
Recuo no Brasil foi inesperado
São Paulo e Rio – O setor de serviços brasileiro registrou queda inesperada no volume em setembro, após cinco meses de crescimento, pressionado pela maior queda em transportes em quase 20 meses diante principalmente do aumento das passagens aéreas.
O volume de serviços teve em setembro recuo de 0,6% em relação ao mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (12).
O número contrariou a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,5%, e ainda interrompeu cinco altas mensais seguidas, quando acumulou ganho de 6,2%.
Apesar das perdas inesperadas em setembro, o setor ainda encerrou o terceiro trimestre com ganho de 3% na comparação com os três meses anteriores, e está 3,7% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.
Em relação a setembro de 2020 houve alta de 11,4%, contra expectativa de avanço de 13,5%%.
Os serviços vêm se recuperando no Brasil depois do baque provocado pelas medidas de restrição ao coronavírus, que impactaram principalmente os negócios que exigem contato pessoal.
Embora o avanço da vacinação tenha permitido a reabertura da economia em geral, o cenário de desemprego e inflação elevadas, principalmente com preços mais caros da energia, ainda pesam sobre o cenário.
Em setembro houve perdas generalizadas, sendo que a atividade de transportes exerceu o maior peso ao registrar queda de 1,9% sobre o mês anterior, a mais acentuada desde abril do ano passado (-19,0%).
De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, esse resultado decorre das quedas no transporte aéreo de passageiros, devido à alta de 28,19% no preço das passagens aéreas, no transporte rodoviário de cargas e também no ferroviário de cargas.
Também apresentaram recuo no mês outros serviços (-4,7%), informação e comunicação (-0,9%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%).
“A queda do setor de serviços se deu de maneira relativamente disseminada”, disse Lobo. “A inflação aparece de forma mais indireta aqui, mas agora ficou mais clara nas passagens aéreas.”
Somente os serviços prestados às famílias apresentaram alta, de 1,3%, marcando a sexta taxa positiva consecutiva. No entanto, ainda assim estão 16,2% abaixo do patamar pré-pandemia.
“Esses são justamente os serviços que mais sofreram com os efeitos econômicos da pandemia e têm mostrado algum tipo de fôlego, de crescimento. Com o avanço da vacinação e a flexibilização das atividades econômicas, as pessoas voltam a consumir com maior intensidade serviços de alojamento e alimentação”, explicou Lobo.
O índice de atividades turísticas, por sua vez, avançou 0,8% na comparação com agosto, quinta taxa positiva consecutiva, acumulando no período ganho de 49,9%. Ainda assim, o segmento de turismo ainda está 20,4% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado. (Reuters)
Ouça a rádio de Minas