Economia

Setor de veículos abre ano com queda nos negócios

Setor de veículos abre ano com queda nos negócios
Crédito: CHARLES SILVA DUARTE/Arquivo DC

Depois de encerrar 2020 com queda de quase 30%, as vendas de veículos em Minas Gerais iniciaram o ano com baixo ritmo novamente. De acordo com dados regionalizados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o Estado registrou 35.040 emplacamentos no primeiro mês de 2021, enquanto em igual mês do exercício passado foram 44.751 – representando queda de 21,7%.

Em Belo Horizonte, a situação foi ainda pior. As vendas iniciaram 2021 com recuo de 31% sobre a mesma época de 2020. No mês passado, foram 17.901 veículos comercializados contra 25.943 no primeiro mês do ano passado.

O setor vem enfrentando momentos muito distintos desde o exercício anterior. Ao longo de 2020, ano marcado pela pandemia de Covid-19, houve muita oscilação: enquanto no início da pandemia os números despencaram, posteriormente passaram por certa recuperação e, em dezembro, apresentaram queda novamente.

Em dezembro, em Minas Gerais, foram comercializados 56.815 veículos (-38,3%) e na capital mineira, 37.195 (-51,87%).

Os números divulgados pela Fenabrave mostram que a queda registrada no Estado no início deste exercício foi puxada pelo segmento de automóveis e comerciais leves. Enquanto no primeiro mês deste ano foram vendidas 25.199 unidades das categorias, na mesma época um ano antes foram vendidas 33.758 – queda de 25,35%.

Igualmente, em Belo Horizonte, as vendas de automóveis e comerciais leves caíram 31,31% no comparativo entre o primeiro mês de cada exercício. No mês passado, foram emplacadas 16.399 unidades e em igual época de 2020, 23.873.

Quando consideradas apenas as vendas de automóveis, houve baixa de 30,81%, com 19.397 carros comercializados no primeiro mês de 2021 em Minas Gerais. Na Capital, a queda foi de 34,69%, com 13.483 veículos vendidos.

Já o grupo de ônibus e caminhão avançou em Minas e em Belo Horizonte 9% e 128,86%, respectivamente. Ao todo, foram 1.173 vendidos no Estado, sendo 341 na Capital – sempre considerando o mês de janeiro de 2021.

Emplacamentos no País despencam em janeiro

São Paulo – Os emplacamentos de veículos no Brasil em janeiro despencaram quase 30% sobre dezembro e recuaram também no comparativo anual, em desempenho pressionado em parte pelo forte aumento no ICMS cobrado no estado de São Paulo, maior mercado do País, afirmou ontem a associação de concessionários, Fenabrave.

Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos em janeiro somaram 171.153 unidades, recuando 11,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

“Se considerarmos que São Paulo responde por mais de 23% das vendas de veículos novos e por cerca de 40% das transações de usados no País, podemos ter a dimensão dos estragos que as medidas adotadas pelo governador João Doria estão fazendo”, afirmou o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, em comunicado.

Em janeiro, as maiores quedas nas vendas de novos ante dezembro ocorreram no segmento de carros e comerciais leves, com retrações de 32,8% em automóveis e 16,7% em utilitários, picapes e vans. Caminhões registraram tombo de 24,7% e ônibus apuraram queda de 14,6%, segundo os dados da entidade.

O governo do estado de São Paulo aumentou, no fim de 2020, o ICMS sobre vendas de veículos novos e usados. O imposto sobre novos passou de 12% para 13,3% e para os usados, frequentemente usados como entrada na aquisição de zero quilômetro, a alíquota subiu de 1,8% para 5,52%.

Além do aumento do imposto, a Fenabrave citou como fatores para a queda das vendas os problemas de produção gerados por falta de componentes e a segunda onda da pandemia.

A Secretaria da Fazenda de São Paulo negou que o aumento do imposto seja responsável pela queda nas vendas de veículos e alegou que a nova alíquota entrou em vigor só em 15 de janeiro, “sendo impossível medir seus efeitos e falar em reflexos nas vendas de veículos em um período tão curto de tempo”.

“Os números disponíveis no portal da Fenabrave demonstram que a diminuição na venda foi menor no estado de São Paulo se comparado com o País…Enquanto no Brasil o emplacamento caiu 24,52% em janeiro de 2021 em relação a dezembro de 2020, em São Paulo a queda foi menor, com percentual de 23,66%”, afirmou a secretaria em comunicado.

“Enquanto no Brasil o emplacamento caiu 8,16% em janeiro de 2021 em relação a janeiro de 2020, em São Paulo a queda foi menor, com percentual de 4,41%. Outros estados apresentaram índices superiores a São Paulo, como Mato Grosso (5,59%), Minas Gerais (21,7%) e Paraná (7,98%)”, acrescentou a pasta.

Segundo a Fenabrave, apesar da queda nas vendas de caminhões, o segmento segue aquecido, “tanto pelos resultados das commodities, quanto pela boa oferta de crédito para o segmento. Já se trabalha com a programação de entrega, de alguns modelos de caminhões, para junho”, disse Assumpção Júnior. (Reuters)

Ford vai aportar US$ 1 bilhão na África do Sul

Johanesburgo – A Ford vai investir US$ 1,05 bilhão em suas operações de produção na África do Sul, incluindo recursos para ampliação de capacidade de fabricação da picape Ranger, afirmou a montadora norte-americana ontem.

O anúncio foi feito poucos dias após a companhia anunciar que vai fechar todas as suas fábricas no Brasil.

Os investimentos pretendem elevar a capacidade instalada da Ford na África do Sul de 168 mil para 200 mil veículos, afirmou Andrea Cavallaro, diretor de operações do grupo de mercados internacionais da Ford.

“É o maior investimento nos 97 anos da Ford na África do Sul e um dos maiores já realizados na indústria automotiva local”, afirmou o executivo.

Com o anúncio, a Ford reforça o grupo de montadoras globais, que inclui Volkswagen, Toyota e Nissan, que estão ampliando produção na África.

Cerca de um terço da produção local da Ford é vendida na África do Sul e outros mercados da África Subsaariana. O restante é exportado.

A fábrica da Ford em Silverton, subúrbio da capital administrativa Pretoria, também vai produzir picapes da Volkswagen, como parte de um acordo entre as duas montadoras.

A África do Sul tem grandes ambições para seu setor automotivo, inserindo-o no centro de sua estratégia para recuperar o crescimento da economia e reduzir o desemprego via industrialização.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, presente no evento da Ford, afirmou que a companhia já ajudou a trazer 12 fornecedores de autopeças ao país.O plano sul-africano tem como meta mais que dobrar a produção anual do setor para 1,4 milhão de veículos até 2035 e elevar a participação de autopeças nacionais de 39% para 60%. A estratégia é apoiada por investimentos e incentivos tributários. (Reuters)

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