Economia

Setor elétrico de Minas Gerais espera receber R$ 1,3 bilhão em aportes até 2029

Montante engloba obras de ampliação e também intervenções de reforço, segundo ONS
Setor elétrico de Minas Gerais espera receber R$ 1,3 bilhão em aportes até 2029
Entre exemplo de fonte intermitente está a solar, que ocupa espaço cada vez maior na matriz elétrica mineira | Crédito: Reprodução AdobeStock

No período entre este ano e 2029, o setor de energia elétrica de Minas Gerais deve receber aproximadamente R$ 1,3 bilhão em investimentos. O montante engloba R$ 845,7 milhões em obras de ampliação e R$ 439,4 milhões em intervenções de reforço.

É o que consta no Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional (PAR/PEL 2024), elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O consultor independente para assuntos de energia, Rafael Herzberg, diz que um dos motivos para que estejam previstos aportes desse porte é o fato de o Estado – e o País – ter adotado a estratégia de aumentar a geração por fontes intermitentes, tornando necessários investimentos em infraestrutura adicional para garantir o fornecimento estável de energia.

As fontes intermitentes são aquelas cuja produção de eletricidade não é constante ou previsível. Elas dependem de fatores naturais que não podem ser controlados.

Entre os exemplos de fontes intermitentes estão a solar e a eólica. A primeira necessita da incidência de luz do Sol, já a segunda está atrelada à intensidade e constância do vento.

Herzberg ressalta que, no caso da fonte solar, que ocupa um espaço cada vez maior na matriz elétrica mineira, à noite não há geração de eletricidade. Isso exige que haja infraestrutura de retaguarda para assegurar que os clientes ainda possam receber energia.

“O novo perfil de geração de energia está demandando uma capacidade muito maior do sistema. E uma boa parte desses investimentos visa justamente atender a isso”, analisa.

Aportes no sistema elétrico brasileiro

O documento do ONS estima que o sistema elétrico brasileiro receberá, até 2029, em torno de R$ 7,6 bilhões em investimentos, sendo R$ 5,8 bilhões em empreendimentos novos.

O conjunto de obras indicado para o ciclo de cinco anos inclui um total de 1.260 quilômetros (km) de novas linhas de transmissão no Brasil, além de 14.750 megavoltampères (MVA) de novos transformadores em subestações novas e existentes.

Ao comentar a previsão, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o País “está aperfeiçoando um sistema robusto, que não apenas atenda toda a demanda nacional, mas que continue a dar exemplo para o mundo sobre geração de energia limpa”.  

Além de Minas Gerais, outras 16 unidades da Federação receberão recursos, com destaque para o Rio Grande do Norte (R$ 1,1 bilhão) e Mato Grosso (R$ 1,1 bilhão).

Demanda máxima de carga para o SIN deve avançar 12%

O estudo ainda indica que a demanda máxima de carga para o Sistema Interligado Nacional, em 2029, será de 120 gigawatts (GW), um aumento de 12% em relação a 2024. E que a capacidade instalada de geração chegará, em dezembro de 2028, a 251,6 GW, dos quais, 57,6 GW serão provenientes de usinas eólicas e solares fotovoltaicas centralizadas.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, a perspectiva de aceleração na demanda de energia, provocada pela expansão de segmentos como hidrogênio verde e data centers, traz desafios para o sistema elétrico brasileiro, assim como oportunidades.

“O perfil da matriz elétrica nacional, com cerca de 90% da sua energia gerada por fontes renováveis, tem tornado o País atrativo para a instalação de projetos de data centers usados em serviços de inteligência artificial (IA), por exemplo”, afirma.  

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