Economia

Setor de móveis espera expansão de 8% a 10% em 2025

Atividade espera incremento entre 8% e 10% neste exercício, mesmo diante das altas taxas de juros, do tarifaço imposto por Trump e do cenário político adverso
Setor de móveis espera expansão de 8% a 10% em 2025
Desempenho é considerado satisfatório e acompanha os resultados positivos da construção civil em Minas, que deve crescer acima do PIB nacional | Foto: Divulgação Sindimov

O setor moveleiro de Minas GErais espera fechar o ano em expansão. Conforme informou o presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário e de Artefatos de Madeira no Estado de Minas Gerais (Sindimov-MG), Mauricio de Souza Lima, a expectativa é de um avanço em torno de 8% a 10%.

A alta já esperada pelo setor é considerada satisfatória, segundo o presidente do Sindimov-MG, diante de um ano com tantos percalços econômicos. “O panorama para o final do ano é muito bom. Apesar da alta taxa de juro, de todos os problemas políticos do País, da taxação dos Estados Unidos, o nosso setor, aqui em Minas, está em franca expansão”, afirmou.

Mauricio de Souza Lima
Presidente do Sindimov-MG: setor está apreensivo com 2026 e 2027 | Foto: Sindimov / Bárbara Dutra

Segundo Souza Lima, as empresas com desempenho regular, em sua maioria, já não conseguem atender mais ninguém este ano e só estão pegando encomendas para o ano que vem. “Não podemos acrescentar nem mais uma gaveta na nossa demanda”, comentou.

O bom desempenho acompanha os resultados positivos da construção civil. Neste mês, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), divulgaram que esperam um crescimento de 2,3% para o setor em 2025, superando o PIB nacional (2,16%) pelo segundo ano consecutivo.

Apesar do bom desempenho deste ano, o presidente esclarece que a grande preocupação é com o ano que vem, que é ano de eleições.  “Ano de eleição, o País dá uma travada. Ninguém sabe o que vai acontecer e nosso País com essa polaridade muito grande, ficam todos muito receosos”, diz.

Além das eleições, o presidente cita o primeiro ano de governo. “Se muda, tem a transição e começa tudo de novo. Se mantém o mesmo governo, a incerteza continua. São anos que criam dificuldades para as empresas”, alegou.

Este cenário, assim como a alta taxa de juros, acabam inibindo as empresas de investir. “A alta taxa de juros, impede o empresário de fazer investimento. A gente tem que investir em tecnologia, em equipamentos, mas são poucos os que estão correndo este risco”, explica. 

Falta de mão de obra ainda é desafio

Outro desafio que a indústria de móveis vêm enfrentando, continua sendo a falta de mão de obra. Segundo o presidente do Sindimov-MG, as empresas até buscam ampliar as capacitações, mas encontram dificuldades para renovar a força de trabalho. 

“Falta mão de obra e não é só a qualificada. Hoje a gente tem dificuldade de contratar até o trabalhador iniciante, o auxiliar, ou o serviço geral que, normalmente, são pessoas mais novas. E elas não querem entrar para a indústria, não querem trabalhar no regime de CLT”, afirma.

O dirigente conta que na empresa dele, chegou a capacitar motoristas para virar profissional da área. Entretanto, mesmo oferecendo capacitação, o presidente conta que é comum nas empresas, o colaborador aprender o serviço, abandonar a indústria e começar a trabalhar por conta própria. “Pessoal prefere ganhar bolsa família e complementar com um serviço”, finaliza.

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