Setor de obras industriais estima um 2025 aquecido em Minas Gerais

O segmento de obras industriais em Minas Gerais deverá se manter aquecido neste ano. No ano passado, o setor movimentou cerca de R$ 12 bilhões em execução de obras no Estado e, para 2025, estima-se, pelo menos, repetir esse resultado com o início de novos projetos. Entretanto, para os próximos dois anos, o presidente da Câmara de Obras Industriais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Ilso José de Oliveira, alerta que existe uma preocupação, “a temeridade de que alguns projetos desacelerem”.
“Apesar do momento indicar oportunidades, com novos projetos, existe um temor, principalmente no tocante ao crescimento da inflação e do custo elevado do capital no País. Está é uma grande preocupação que nós temos que pode impactar o desempenho do setor nos próximos anos. Nos dois mandatos do governador Romeu Zema, houve crescimento expressivo no volume de empreendimentos industriais implantados em Minas que ainda deverão continuar neste ano”, destaca.
O dirigente reforça que a alta taxa de juros é muito prejudicial, pois traz consigo um segundo efeito ‘nefasto’, que é inflação sobre os custos de produção, impactando negativamente o segmento de obras industriais em Minas. “A inflação gera um aumento de custo e isto vai tornando o valor do investimento mais elevado, sem contar que o investimento industrial é altamente demandante de capital. Os investimentos são de longo prazo e demora muito para obter o retorno do capital investido. Assim, um projeto que pode ser em um primeiro estudo viável à medida que você tem uma perspectiva de aumento de inflação e uma elevada taxa de juros, ele pode se tornar inviável”, explica.
Oliveira observa que o valor da obra industrial, contemplando engenharia, construção e montagem eletromecânica representa em torno de 25% a 30% do investimento como um todo. Normalmente são projetos de médio a grande porte. Estima-se algo em torno de uns 250 projetos em execução simultânea no Estado. “Estamos falando de investimentos em torno de R$ 12 bilhões em 2024, R$ 11,5 bilhões em 2023 e apostando em um montante em 2025 próximo ao executado no ano anterior”, projeta.
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Segundo o dirigente, no Estado, os segmentos que mais contribuem com as obras industriais são de mineração, energia e logística, que também responde por um montante expressivo. “Mas setores como o de óleo e gás, siderurgia, indústria de transformação e comércio também contribuem para incrementar os números das obras industriais em Minas Gerais”, destaca.
Com relação aos gargalos que o setor enfrenta, Oliveira cita que o mais iminente é a escassez de mão de obra. “Temos nos canteiros de obra uma demanda de mais ou menos 75 mil a 80 mil empregos, só de pessoal de nível operacional. E hoje a realidade é de uma escassez muito forte e ainda enfrentamos problemas com qualificação dessa mão de obra. São problemas importantes, que precisam ser equacionados e resolvidos, mas a solução não é simples e nem de curto prazo. Além disso, existe a temeridade pela alta no custo dos insumos”, afirma o dirigente.
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