Economia

PIB nacional avança 0,6% no terceiro trimestre

PIB nacional avança 0,6% no terceiro trimestre
Grãos - Crédito: REUTERS/Ueslei Marcelino

Rio e São Paulo – O desempenho da economia no terceiro trimestre confirma a retomada puxada pelo setor privado. O Produto Interno Bruto (PIB) do período cresceu 0,6% em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem.

Pelo lado da demanda, o avanço continua puxado pelo consumo das famílias, que representa quase dois terços do PIB e cresceu 0,8% na comparação trimestral.

Os investimentos das empresas (formação bruta de capital fixo) avançaram 2,0%.

O consumo do governo recuou 0,4%. “As despesas do governo – incluindo pessoal e demais gastos, exceto investimentos-, caem em todas as esferas em função das restrições orçamentárias”, analisa a coordenadora de Conta Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Apesar do resultado do período, a taxa trimestral ainda está 3,6% abaixo do pico da série, atingido no primeiro trimestre de 2014.

O PIB está no mesmo nível do 3º trimestre de 2012, tendo se recuperado 4,9% desde que atingiu o fundo do poço no 4º trimestre de 2016.

A coordenadora de Contas Trimestrais do IBGE disse ainda que os dados do 3º trimestre mostraram que o PIB continua a se recuperar de forma gradual. “É uma melhora mais ou menos contínua, mas não muito acelerada. O que está impulsionando a economia é o consumo das famílias, que continua crescendo, e o investimento. Puxando para baixo, é a despesa de consumo do governo e o setor externo, principalmente por causa da desaceleração da demanda mundial e da Argentina”, disse Palis.

Considerando a ótica da oferta, a indústria teve alta de 0,8%. Segundo o IBGE, o crescimento da indústria se deveu à recuperação do setor extrativo, puxada pelo crescimento da extração de petróleo, que cresceu 12% na comparação trimestral, e pelo avanço de 1,3% na construção civil.

A indústria de transformação, por outro lado, teve nova queda, de 1%, afetada pela queda nas exportações em função da menor demanda mundial e da crise da Argentina, segundo o IBGE.

A agropecuária cresceu 1,3%, e os serviços, 0,4%.

Nos serviços, se destacaram as atividades financeiras (1,2%), o comércio (1,1%) e o segmento de informação e comunicação (1,1%).

Comparação anual – Na comparação com o terceiro trimestre de 2018, a economia avançou 1,2%. Nessa comparação, a agropecuária teve alta de 2,1%, e indústria e serviços, 1%.

Sob a ótica da demanda, os investimentos subiram 2,9%. Nessa base de comparação o consumo do governo também caiu; o recuo foi de 1,4%.

O consumo das famílias, na comparação com o 3º trimestre de 2018, cresceu 1,9%.

“O resultado positivo [do consumo das famílias] pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de crédito para pessoa física, bem como da expansão da massa salarial real no terceiro trimestre de 2019”, afirmou o IBGE.

Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,842 trilhão no terceiro trimestre, informou o IBGE.

Revisões – O acumulado dos últimos quatro trimestres mostra crescimento de 1%.

O IBGE revisou o PIB do 1º trimestre deste ano, de recuo 0,1% para zero em relação aos três meses anteriores. No 2º trimestre, o avanço foi revisto de 0,4% para 0,5%.

Essas revisões foram motivadas, principalmente, pela melhora nos números da agropecuária, pela ótica da oferta, e do consumo e investimentos, pela demanda.

O IBGE também revisou para cima o resultado de 2018, de uma alta de 1,1% para 1,3%.

Para governo, desaceleração “ficou para trás”

Brasília – Após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 0,6% no terceiro trimestre, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia divulgou nota técnica na qual afirma que a desaceleração da economia ficou para trás.

De acordo com o documento, a melhora nas expectativas de consumidores e empresários é fruto de ações de austeridade fiscal e medidas estruturais que corrigem a má alocação de recursos, como a alteração na forma de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

“Os efeitos dessas medidas se propagarão para 2020 e o PIB do setor privado continuará acelerando, confirmando um crescimento substancialmente superior ao observado nos últimos anos”, afirma.

A secretaria menciona a aprovação da reforma da Previdência entre as medidas que melhoraram a percepção dos agentes econômicos e levaram a um ganho nos indicadores a partir de agosto.

“A economia brasileira saiu do ‘fundo do poço’, com inflação sob controle e juros baixos”, diz o documento.

O presidente Jair Bolsonaro comemorou o resultado. Em discurso, durante Fórum de Controle no Combate à Corrupção, ele disse que o crescimento do terceiro trimestre veio acima do projetado pelos analistas econômicos, o que prova a tendência de retomada do crescimento.

“Algo inesperado para os analistas econômicos, mas, da nossa parte, sabíamos que viria uma boa noticia. E ela veio em uma boa hora. A nossa equipe econômica diz que a previsão para o próximo trimestre é crescer. O Brasil está crescendo”, afirmou.

A projeção feita pela agência Bloomberg, por exemplo, estimava uma alta de 0,4%.

No evento, o presidente disse que a informação ainda não havia sido divulgada pelos veículos de imprensa, mas ela já havia sido publicada uma hora antes pela Folha de S.Paulo.

O avanço do PIB continua puxado pelo consumo das famílias, que representa quase dois terços e cresceu 0,8% na comparação trimestral. Os investimentos das empresas (formação bruta de capital fixo) avançaram 2%. O consumo do governo recuou 0,4%.

Apesar do resultado do período, a taxa trimestral ainda está 3,6% abaixo do pico da série, atingido no primeiro trimestre de 2014. A indústria teve alta de 0,8%. A indústria de transformação, por outro lado, teve nova queda, de 1%. A agropecuária cresceu 1,3%, e os serviços, 0,4%.

No período, as exportações caíram 2,8% enquanto as importações aumentaram 2,9% na comparação com o trimestre anterior.

Em sua nota, a secretaria de Política Econômica ponderou que, apesar do indicador positivo, há redução da balança comercial do Brasil, dado o ambiente internacional de incerteza, principalmente pela guerra comercial entre EUA e China. (Folhapress)

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