Economia

Setor recua 1,9% no Estado em julho, após o avanço de junho

Setor recua 1,9% no Estado em julho, após o avanço de junho
Crédito: Filó Alves

O setor de serviços em Minas Gerais registrou queda de 1,9% em julho deste ano na comparação com o mês imediatamente anterior, um recuo acentuado principalmente frente ao aumento de 9,8% apresentado em junho. Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada na sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram ainda que houve crescimento de 2,7% no volume de serviços prestados em julho na comparação com igual mês do ano passado.

Na avaliação do economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) Guilherme Almeida, as retrações e expansões registradas pelo setor nos últimos meses indicam uma volatilidade associada ao ambiente de falta de confiança dos agentes econômicos, que levam à redução do investimento por parte dos empresários e da confiança dos consumidores.

“Os serviços são menos demandados em um ambiente de incerteza por parte das empresas e, isso, associado à baixa confiança e ao desemprego que afetam também a demanda das famílias, impacta no desempenho do setor, que é dependente de todos os agentes econômicos”, explicou Almeida.

A economista do IBGE Cláudia Pinelli ressalta que a intensidade do recuo do setor de serviços em julho se deve à base comparativa, uma vez que, em junho, houve uma retomada após as perdas sofridas pela paralisação nacional dos caminhoneiros em maio e que, agora, os resultados caminham para a estabilidade.

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“Ainda estamos sentindo os efeitos da greve dos caminhoneiros. Junho teve um aumento grande, porque maio apresentou queda devido à paralisação. Agora, começamos a observar realmente qual vai ser o desempenho do setor sem esse impacto”, afirmou Cláudia Pinelli.
O levantamento do IBGE apontou ainda que, no acumulado dos primeiros sete meses de 2018, frente a igual período do ano anterior, a queda do volume de serviços em Minas Gerais foi de 1,1% e a variação acumulada em 12 meses também foi negativa, de -1,2%.

Para Cláudia Pinelli, os resultados acumulados mostram redução da capacidade de recuperação do setor. “A retomada do setor não está tão grande e a cada mês o setor de serviços tem conseguido se recuperar menos. Isso pode ser uma tendência de que algo não está tão bem”, considerou.

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Volume – Entre as atividades do setor, o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares foi o único que apontou variação negativa do volume de serviços no Estado, com retração de -3,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

O economista da Fecomércio-MG Guilherme Almeida reforça que o resultado está associado à demanda das empresas pelos serviços do segmento.“Essa atividade tem apresentado retração desde maio e isso indica uma desaceleração da demanda das empresas, principalmente com redução de investimentos”, apontou.

Já os segmentos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (6,5%), outros serviços (15,1%) e serviços de informação e comunicação (1,6%) e serviços prestados às famílias (1%) apresentaram variação positiva do volume de serviços no mesmo tipo de comparação.

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