Economia

Setor de seguros deve recuar 3,7% no País em 2025 com cobrança de IOF sobre previdência privada

No fim de 2024, a projeção apontava para um crescimento de 8,8% neste ano
Setor de seguros deve recuar 3,7% no País em 2025 com cobrança de IOF sobre previdência privada
Encontro setorial realizado pela Confederação Nacional dos Seguros (CNSeg) na sede do Sindicato das Seguradoras de Minas Gerais, em Belo Horizonte | Foto: Diário do Comércio/ Juliana Sodré

A arrecadação do setor de seguros deve recuar 3,7% em 2025, para cerca de R$ 419,7 bilhões, desconsiderando o ramo de saúde suplementar, segundo dados da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) e da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida). No fim de 2024, a projeção apontava para um crescimento de 8,8% neste ano.


Considerando a saúde suplementar, o setor deve registrar aumento de 1,9%, bem abaixo da previsão anterior, de 10,1%.


Segundo as entidades, a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre aportes em planos de previdência e a redução de subsídios ao seguro rural são os principais fatores para a piora nas estimativas.


“A medida do IOF veio na contramão de uma série de mudanças regulatórias bastante positivas que vinham acontecendo para o setor”, disse Edson Franco, presidente da Fenaprevi.


A nova regra estabelece uma alíquota de 5% para aportes acima de R$ 300 mil em 2025 e acima de R$ 600 mil a partir de 2026, sobre o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).


Como resultado, os aportes ao VGBL devem cair 19,4% neste ano, passando de R$ 178,26 bilhões em 2024 para R$ 143,68 bilhões em 2025, segundo as projeções. No conjunto da previdência aberta (VGBL e PGBL), a queda estimada é de 17,8%.


“Conceitualmente, continuamos discordando da incidência deste imposto, pois não existe outro produto que sofra tributação sobre o valor depositado, muito menos um voltado à formação de poupança de longo prazo”, afirmou Franco.


Outro ramo que deve ter desempenho abaixo do esperado é o seguro rural. Segundo as projeções, a arrecadação deve cair 2,7% neste ano, mas apresentar alguma recuperação em 2026.


Como revelou a Folha, o volume de contratos segurados pelo Proagro caiu 33,9% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2024, segundo dados do Banco Central.


“No seguro rural, mais de 90% da área coberta se refere a pequenos e médios produtores. A situação fiscal do país é difícil, mas continuamos trabalhando junto ao Congresso e ao governo para reverter isso”, disse Dyogo Oliveira, presidente da CNseg.


Para ele, o setor de seguros “vai bem em 2025”, mas sofre impacto de medidas federais. “Está crescendo em todos os ramos, exceto aqueles afetados por decisões externas; no caso, decisões de governo”, afirmou Oliveira.

Conteúdo distribuído por Folhapress

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