Setor de serviços cresce 0,6% em Minas no mês de abril, diz IBGE

O volume do setor de serviços em Minas Gerais avançou 0,6% em abril em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, superior ao resultado nacional (0,2%), segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além de Minas, São Paulo (0,8%), Pernambuco (5,3%) e Mato Grosso (2,8%) foram os maiores impactos positivos neste tipo de comparação.

Com o resultado, o setor de serviços no Estado se encontra 0,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em dezembro de 2024, conforme a análise do Boletim de Serviços do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

Já na comparação com abril de 2024, o resultado foi de recuo no Estado (-1,2%), observa o analista do IBGE Minas Daniel Dutra. No mesmo tipo de análise, o Brasil apresentou avanço de 1,8%, sendo a 13ª taxa positiva consecutiva.

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Ele avalia que a atividade com crescimento em comparação a abril do ano passado foi a de serviços de informação e comunicação, com avanço de 2,3%. Quase todas as outras atividades pesquisadas no período tiveram recuos, com serviços prestados às famílias com estabilidade (0%).

Acumulados mostram de estabilidade a perda de vigor no setor de serviços

No acumulado do ano frente igual intervalo de 2024, o volume de serviços em Minas Gerais cresceu 0,4%, indicando perda de vigor, conforme a análise do BDMG. “No acumulado em 12 meses, o resfriamento é mais evidente. Nessa base de comparação, o crescimento desacelerou pelo quarto mês seguido. A taxa foi a menor desde maio de 2021”, conforme o boletim.

No quadrimestre, o Brasil apresentou avanço de 2,2%, conforme o IBGE. “Com duas baixas e duas altas nos quatro primeiros meses de 2025, o setor de serviços no Estado apresenta quase estabilidade no ano”, observa Dutra.

De acordo com o instituto, em 12 meses, foram registrados sete avanços e cinco recuos nos indicadores mensais da PMS em Minas Gerais, revelando uma tendência tímida de crescimento do setor de serviços no período. A elevação no acumulado dos últimos 12 meses foi de 0,8% no volume.

Nesse período, o desempenho foi puxado pelos avanços em serviços prestados às famílias (6%), de informação e comunicação (5,6%) e transportes e correios (0,9%). Já serviços profissionais e administrativos (-3,5%) e outros serviços (-9,3%) recuaram.

O economista Fernando Sette Júnior avalia o desempenho do setor de serviços em Minas Gerais como estável e explica que o aumento da taxa básica de juros, a Selic, que está em 14,75% ao ano, já está sendo sentido pelo segmento no Estado, mas talvez não com o efeito total esperado pelo Banco Central (BC).  “Afinal, existe um delay entre a definição da taxa até o impacto no mercado, no geral, de três a quatro meses”, diz.

Ele também observa que o segmento serviços engloba diversas atividades que sentem de forma diferenciada os reflexos dos juros altos. Dessa forma, o efeito até o momento é de estabilidade, o que é atestado pelos resultados dos acumulados do setor em Minas Gerais mostrados pelo IBGE.

O professor de Ciências Contábeis da Estácio BH, Alisson Batista, também destaca o cenário de estabilidade do setor em Minas em 2025 até o momento. E observa que atividade que mais contribuiu com a alta de 0,6% em abril frente ao mês anterior foi a de transporte rodoviário de cargas, seguida de aluguéis não-imobiliários.