Economia

Setor de serviços avança mais em MG que no Brasil: alta chega a 4,3% no semestre

Os destaques do Estado entre os grupos de atividades, na comparação ano a ano, foram os serviços de informação e comunicação, com crescimento de 17,4% e os serviços prestados às famílias, com alta de 6,9%
Atualizado em 13 de agosto de 2024 • 20:13
Setor de serviços avança mais em MG que no Brasil: alta chega a 4,3% no semestre
Em Minas Gerais, serviço de informação e comunicação foi o que mais cresceu. Atividade inclui telecomunicações, TI, serviços audiovisuais e agências de notícias. Foto: Maxim Hopman / Unsplash

O setor de serviços em Minas Gerais cresceu 4,3% no primeiro semestre de 2024, enquanto o Brasil mostrou um avanço menor, de 1,6%, no mesmo período. O Estado registrou variações positivas em cinco dos seis meses analisados. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos últimos 12 meses, o avanço estadual foi de 5,6%, sendo oito taxas positivas e quatro negativas. A média nacional avançou 1% neste período.

O economista Fernando Sette, professor dos cursos de Gestão do UniBH, aponta que a atração de empresas e investimentos em Minas Gerais tem impulsionado o setor de serviços no Estado (leia a análise completa ao final do texto).

Na comparação de junho frente a maio deste ano, o setor de serviços em Minas Gerais cresceu 1,9%, na série com ajuste sazonal, enquanto o Brasil mostrou um avanço ligeiramente menor, de 1,7%, no mesmo período.

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O levantamento do IBGE mostra que, na comparação de junho com mesmo mês do ano anterior, o setor de serviços apresentou avanço de 2,4% em Minas Gerais, acima da média do Brasil, de 1,3% na comparação ano a ano.

Os destaques do Estado entre os grupos de atividades, na comparação ano a ano, foram os serviços de informação e comunicação, com crescimento de 17,4% e os serviços prestados às famílias, com alta de 6,9%.

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios registrou variação negativa de 1,7% e serviços profissionais, administrativos e complementares, com peso maior para o índice do IBGE em Minas, teve queda de 4%. O grupo de outros serviços recuou 9,4%.

Setor de serviços no semestre e último ano em Minas Gerais

Já no primeiro semestre, os destaques estaduais entre os grupos de atividades também foram os serviços de informação e comunicação, com crescimento de 15,4% e os serviços prestados às famílias, com alta de 8,2%.

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios cresceu 3,8%. Os grupos serviços profissionais, administrativos e complementares e o de outros serviços recuaram, respectivamente, 3,8% e 8,3%.

No acumulado em 12 meses, a PMS do IBGE mostra que o crescimento do setor de serviços, em Minas Gerais, foi liderado pelo avanço nas atividades de serviços de informação e comunicação (15%), seguido pelo grupo de serviços prestados às famílias (6,4%).

Os grupos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, serviços profissionais, administrativos e complementares e outros serviços apresentaram alta de, respectivamente, 5,1% e 0,7% no período. As atividades em outros serviços recuaram 8,7%.

Atração de investimentos em Minas Gerais impulsiona setor de serviços

Para o economista Fernando Sette, professor dos cursos de Gestão do UniBH, o desempenho do setor de serviços em Minas Gerais, tradicionalmente mais intenso do que o Brasil, deve-se a atração de empresas e investimentos proporcionada pelo Estado, que geram demanda mesmo antes de iniciar a operação.

“Quando as empresas começam a se instalar, elas ainda não estão produzindo, então isso não chega necessariamente no setor da indústria. Mas as instalações começam a gerar um setor de serviços, na construção civil, no comércio local”, explica.

Sette aponta ainda que parte dos investimentos atraídos para o Estado estão relacionados com a área de tecnologia. Isso tem impulsionado o desempenho do segmento dos serviços de informação e comunicação, que registrou a maior alta entre as atividades do setor.

“O setor de tecnologia vem crescendo muito mais do que a própria indústria, porque consegue se instalar mais facilmente, então essa atração vem muito fácil. E Minas Gerais está sendo destaque exatamente porque está propiciando que essas empresas venham”, ressalta.

O economista aponta que a dinâmica nos próximos meses será influenciada pelos desafios propostos pela instabilidade do cenário internacional. Ou que o Estado tenha alguma novidade no mundo dos negócios grande o suficiente para impactar o setor de serviços. “A tendência é de estabilização, os grandes investimentos anunciados pelo próprio governo do Estado já estão se instalando. A não ser que a gente tenha algum investimento novo vindo que a gente não está sabendo”, finaliza Sette.

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