Cerca de R$ 76 milhões em negócios. Esse foi o resultado do Show da Casa Própria Minascon realizado em 2019 e que já evidencia o que vem pela frente neste ano, de 6 a 8 de novembro, em uma versão totalmente digital devido à pandemia da Covid-19.

Embora a economia tenha passado por um baque por conta dos reflexos da crise na saúde, as perspectivas para o mercado imobiliário continuam em alta, impulsionadas por uma série de fatores que vêm favorecendo ainda mais a área ao longo dos últimos meses.

Ontem, durante o evento de anúncio do encontro digital, que comercializa imóveis principalmente para as faixas de baixa e média rendas, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz, ressaltou a importância da indústria da construção civil para Belo Horizonte, para Minas Gerais e para o Brasil.

A entidade é uma das realizadoras do Show da Casa Própria Minascon e do Minascon, que também será realizado de forma virtual, de 16 a 19 de novembro, e contará com uma programação intensa, que envolve palestras, workshops e uma feira on-line com aproximadamente 30 expositores.

“Se a gente fizer uma conta rasa, Belo Horizonte tem hoje empregados 122 mil trabalhadores na construção civil. Nós ampliamos a contratação em 2 mil empregados nesse último mês. Então, isso dá uma folha por volta de R$ 400 milhões por mês, o que dá cerca de R$ 8 bilhões anuais. É muito dinheiro para a economia de Belo Horizonte. Daí a importância desse segmento para Belo Horizonte, para a região metropolitana, para Minas Gerais, para o Brasil”, disse ele, acrescentando que se somar a cadeia produtiva como um todo, são cerca de R$ 15 bilhões anuais só de folha. Juntando com a movimentação econômica da área de material de construção, pontuou, esse número ainda dobra.

Ambiente propício – A segunda edição do Show da Casa Própria Minascon vai oferecer aproximadamente 2 mil imóveis na capital mineira e na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As expectativas são de que por meio da iniciativa do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), que além da parceria da Fiemg conta também com a parceria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) e patrocínio da Caixa Econômica Federal (CEF), as construtoras ofereçam descontos de até R$ 30 mil na plataforma criada para o evento. Ao todo, 15 empresas devem participar, como MRV, Direcional Engenharia, AP Ponto, entre outras.

O evento, de acordo com o vice-presidente da área imobiliária do Sinduscon-MG, Renato Michel, deve encontrar um ambiente muito propício para os negócios. Ele lembra que, com a pandemia da Covid-19, as pessoas passaram a valorizar ainda mais a casa própria e estão buscando apartamentos maiores ou com funcionalidades mais adequadas para esse momento. Além disso, com a taxa Selic a 2%, os financiamentos se tornam acessíveis a um número maior de consumidores.

O mercado, salientou, está pujante. “Durante o período da pandemia, as obras da construção civil foram consideradas atividades essenciais, de forma que não pararam. Mantivemos os empregos na construção civil, que utilizou apenas 2% da verba destinada pelo governo federal para suspensão de jornada, redução de horas trabalhadas, então, de certa forma, a construção civil ajudou o nosso País a passar por esse momento de crise quando não precisou desses recursos”, disse.

Além disso, conforme destacou o diretor-superintendente do Sebrae Minas, Afonso Rocha, a saúde financeira das empresas da construção também tem revelado bons números. “Quando você faz a pergunta sobre como estão as dívidas das empresas, 70% mostram que não têm dívidas ou têm dívidas, mas estão em dia, ou seja, estão em uma situação controlada”, disse.

Com todo esse quadro positivo, as perspectivas são de que o evento deste ano termine alcançando 5 mil contatos. Até o fechamento desta edição, 472 pessoas já haviam se cadastrado no site do encontro on-line. No ano passado, ao todo, foram 440 atendimentos por telefone e 800 visitantes.

Falta de insumos desafia as construtoras

Apesar dos números promissores, o setor da construção civil também tem passado por alguns desafios. Um deles é a alta de determinados insumos.

Segundo o presidente do Sinduscon-MG, Geraldo Linhares, o aumento no valor do cimento, de janeiro a setembro, chegou a quase 40%. Os tijolos de cerâmica, em alguns locais, chegaram a subir 60%. O aço, embora esteja aumentando menos, em determinados lugares apresentou incremento de 20%. Esses aumentos poderão refletir no preço dos imóveis, segundo Linhares, com lançamentos com valores majorados no mês de janeiro. Ele não descarta, ainda, atrasos de obras em alguns locais.

Evento – Um bom local para discutir todas essas e diversas outras questões será o Minascon. O evento, segundo o vice-presidente da Fiemg, Teodomiro Diniz, produz efeitos no ganho de qualidade da cadeia produtiva e no ganho de produtividade. Na programação, estão palestras, workshops, oficinas, entre outros, com a participação de nomes importantes do segmento.

“Ser digital acaba nos trazendo uma grande oportunidade de alcance de todo o interior de Minas e também fronteiras fora do estado de Minas Gerais com esse evento. A gente tem falado que o mais importante é ter qualidade, ter consistência, para que a gente possa fazer desse evento um evento até nacional. A gente considera uma oportunidade ser digital, porque nos trouxe facilidade de trazer gente do mundo inteiro”, salienta ele.