Siemens prevê contratação de mais 2 mil funcionários para atuar na área de energia
Rio de Janeiro – A alemã Siemens tem como objetivo elevar à capacidade máxima o seu centro de pesquisas no Rio de Janeiro, em três anos, atingindo um total de 3 mil funcionários, ante os atuais 800, com apostas na área de energia e o setor de petróleo se recuperando de tempos difíceis que coincidiram com uma redução de investimentos pela Petrobras.
Em um momento em que a exploração de petróleo está já mais diversificada no País, com a atuação mais forte de petroleiras internacionais, em meio a preços do petróleo agora em máximas de quatro anos, a ideia é expandir o quadro de pesquisadores para aproveitar melhor as oportunidades advindas de um processo de transição energética guiada pelo setor de gás, informou o presidente da empresa no Brasil, Andre Clark.
O centro de pesquisas em questão fica no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, junto à UFRJ, onde a alemã é vizinha de outras gigantes como Halliburton, Schlumberger, GE e TechnipFMC, que se instalaram na região ao longo dos últimos oito anos, com a aposta no pré-sal, mas cujos investimentos foram abalados pela falta de projetos e queda do preço do petróleo.
“A gente manteve o centro de pesquisas apesar desse vazio de quase dois anos. Ele tem capacidade para quase 3 mil pessoas trabalhando lá, hoje tem por volta de 800 pessoas… Mas estamos bastante animados. Estão todos revendo os recursos de pesquisa e desenvolvimento”, disse Clark.
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Como alguns dos estímulos para o crescimento das atividades, o executivo apontou políticas públicas voltadas para a tecnologia, assim como a iniciativa recente da agência reguladora do setor de petróleo (ANP) de rever as regras para o direcionamento de investimentos obrigatórios de petroleiras em pesquisa e desenvolvimento, em busca de ampliar acesso a recursos e dar agilidade a projetos.
“Você junta a excelência acadêmica que o Rio de Janeiro tem… mais interesse dos clientes, mais as coisas que a gente faz, o próprio interesse da Siemens, um dos objetivos internos é voltar a ter aquela casa cheia nos próximos 36 meses e é justamente o ‹timing’ dos recursos voltarem”, afirmou.
Os centros de pesquisa ganharam novas oportunidades pela frente, conforme pontuou Clark, com soluções tecnológicas com foco em digitalização para a indústria de petróleo e o próprio processo de transição energética, em um ambiente em que o Brasil se prepara para se tornar “um dos maiores exportadores de energia do planeta”.
Segundo ele, “o petróleo começa a conversar com o mundo da eletricidade, com geração, consumo, eficiência energética”, trazendo inúmeras possibilidades para a Siemens, que prevê investimentos de 1 bilhão de euros no País, nos próximos cinco anos, sendo grande parte em energia.
O abundante gás natural do pré-sal, segundo o executivo, terá um importante papel na transição energética brasileira, enquanto outros países europeus, por exemplo, ainda estão empenhados em soluções para substituir usinas a carvão. (Reuters)
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