Economia

Sigma Lithium pode ser comprada pela Tesla

Complexo em implantação no Vale do Jequitinhonha vai produzir lítio, principal insumo para as baterias de carros elétricos
Sigma Lithium pode ser comprada pela Tesla
Primeira fase do projeto da Sigma Lithium deve entrar em operação ainda neste semestre | Crédito: Divulgação

A Tesla, empresa especializada em carros elétricos que pertence ao bilionário Elon Musk, está avaliando a compra da mineradora Sigma Lithium, que tem negócios em Minas Gerais. A companhia,  listada na Bolsa de Toronto, no Canadá, e na Nasdaq, nos Estados Unidos, está construindo um complexo de lítio no Vale do Jequitinhonha, já que o Estado concentra a maior parte das reservas minerais conhecidas para produção do metal no País. A informação é da Bloomberg, que cita fontes familiarizadas com o assunto.

O interesse se deve à demanda crescente por lítio,  produto da Sigma necessário para produção de baterias de veículos elétricos. O metal tem sido alvo de investimentos bilionários em importantes projetos que prometem revolucionar e abastecer o mercado nos próximos anos, em especial, na América Latina, onde está a maior parte das reservas mundiais de lítio, o que inclui o Brasil .

De acordo com a publicação, a companhia de Musk estaria conversando com potenciais advisors e identificando empresas de mineração que poderiam ser adquiridas para abastecer a produção da Tesla. Procurada pela reportagem do DIÁRIO DO COMÉRCIO, a mineradora brasileira não se manifestou sobre o assunto.

Ainda segundo a reportagem, as negociações estariam em um estágio inicial e podem ser freadas em razão da alta das ações da mineradora que subiram de acordo com o preço do lítio e depois que uma pesquisa revelou reservas minerais 63% maiores do que as previsões iniciais. A empresa foi destaque no ranking Venture 50 de 2023, que lista as empresas com melhor desempenho no Canadá e no mundo.

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A Sigma Lithium se destaca também por ser a primeira empresa a produzir lítio sem barragem de rejeito em todo o planeta. A produção de tecnologia verde deve começar nos primeiros meses deste ano, com o objetivo de gerar US$ 1 bilhão em receita bruta, seguindo a média de custo de US$ 500 por tonelada de lítio, valor referência do período equivalente à fase 1 da obra.

O empreendimento da companhia no Estado será feito em duas etapas, com investimentos da ordem de R$ 2 bilhões.

Mineral do futuro

O Brasil produz lítio desde 1991, por meio da Companhia Brasileira de Lítio (CBL). Atualmente, apenas duas empresas produzem o mineral no País: a CBL e a AMG Brasil, ambas em Minas Gerais.

O lítio é insumo estratégico à cadeia de energia limpa e poderá ter sua demanda mundial multiplicada em 40 vezes até 2040, segundo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE). O mineral e seus derivados são matérias-primas essenciais para a transição energética.

O lítio interessa a vários países que buscam substitutos do petróleo para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Assim, vem ganhando cada vez mais valor no mercado internacional, com preços oscilando abruptamente em poucos meses. O minério  já foi batizado de petróleo do futuro ou ouro branco.

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