Sigma obtém financiamento de R$ 486 milhões do BNDES

A Sigma Lithium receberá um financiamento de R$ 486,7 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para praticamente duplicar a produção de lítio verde no complexo industrial Grota do Cirilo, no Vale do Jequitinhonha. Os recursos foram aprovados nesta quinta-feira (29) e são provenientes do Novo Fundo Clima do banco.
O empréstimo tem juros de 7,45% ao ano, período de carência de um ano e meio e prazo de pagamento de 16 anos.
Em abril deste ano, o conselho de administração da mineradora aprovou investimentos de US$ 100 milhões (cerca de R$ 562 milhões na cotação atual) na instalação de uma segunda linha de produção. O aporte total em capex, agora definido em R$ 492,4 milhões, vai permitir que a produção da empresa salte de 270 mil toneladas por ano (t/a) para 520 mil t/a em 2025.
No final do ano passado, a Sigma realizou investimentos para aumentar a eficiência da Planta Greentech e obteve uma receita de US$ 135,1 milhões no exercício de 2023. A empresa já tinha recebido uma carta de intenções do BNDES para este financiamento, que se concretizou com a aprovação do banco público.
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A construção da segunda linha começou em julho deste ano. A conclusão das obras, antes prevista para o fim de 2024, revista para julho de 2025. Assim, o início da operação, anteriormente previsto para o primeiro trimestre do próximo ano, foi estimado para o segundo semestre de 2025.
A CEO e Co-Presidente da Sigma Lithium, Ana Cabral-Gardner, declarou que o empréstimo do BNDES coroa mais de dez anos de trabalho da empresa para construir uma liderança global na produção industrial de materiais de lítio neutros em carbono, com sustentabilidade ambiental e rastreabilidade social.
“Nosso sucesso operacional contribuiu significativamente para atrair investimentos no Brasil de outras empresas globais de lítio, criando um dos territórios produtores que mais crescem no mundo. Ter o BNDES como credor representa o apoio do governo do Brasil aos planos de expansão industrial da Sigma Lithium no Vale do Jequitinhonha”, disse.
Sigma como 6ª maior produtora global de lítio
A Sigma Lithium se tornou a 6ª maior produtora global de concentrado de lítio do mundo. Além disso, a companhia se tornou o 4º maior complexo industrial de lítio do planeta, após elevar em 27% suas reservas minerais auditadas em 2023, para um potencial de 150 milhões de toneladas.
A companhia tem vantagens competitivas como baixo custo de produção e o uso de tecnologia sustentável como principais diferenciais de suas operações. O lítio verde quíntuplo zero da Sigma é exclusivo e foi reconhecido na COP28 como o lítio mais sustentável do mundo.
A CEO da empresa acredita que o empréstimo do banco público viabiliza uma estrutura de capital de longo prazo ideal, que dará à Sigma Lithium uma oportunidade de solidificar sua liderança global no setor.
“O BNDES demonstrou uma abordagem visionária e de longo prazo de financiamento de políticas industriais anticíclicas, em linha com seus pares em grandes países industriais, ao fomentar a base da indústria de beneficiamento de materiais de lítio, apesar da deterioração nas perspectivas de mercado de curto prazo este ano”, finalizou.
Novo Fundo Clima do BNDES
O Novo Fundo Clima do BNDES tem um orçamento de R$ 10,4 bilhões e é um instrumento da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). O objetivo é apoiar a implantação de empreendimentos, aquisição de máquinas e equipamentos e desenvolvimento tecnológico relacionados à redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e à adaptação às mudanças climáticas e seus efeitos.
O presidente do banco público, Aloizio Mercadante, afirmou que a retomada dos investimentos é possibilitada pela articulação do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), o Plano de Transição Ecológica e a Nova Indústria Brasil.
“Este projeto aprovado pelo BNDES sintetiza o objetivo do Novo Fundo Clima no governo do presidente Lula, que é o apoio à indústria verde no desenvolvimento tecnológico, na capacidade produtiva e de comercialização de bens e serviços voltados à descarbonização”, pontuou.
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