Sigma Mineração e Mitsui fecham acordo de US$ 30 mi

A Sigma Mineração, que já investiu R$ 100 milhões neste ano no seu projeto para a produção de lítio no Estado e deve aportar mais R$ 250 milhões em 2019 para iniciar as operações em 2020, fechou acordo preliminar com a Mitsui, do Japão, que antecipará o pagamento de US$ 30 milhões para a Sigma construir sua planta em Itinga, no Vale do Jequitinhonha, em troca de parte da produção já comprometida com vendas futuras.
A vice-presidente da Sigma, Ana Cabral, explicou que o acordo traz uma peculiaridade, na medida em que é um pré-pagamento atrelado à entrega futura de parte da produção para a Mitsui. “O risco corporativo é menor porque estamos vendendo antecipadamente. Combinamos um desconto a cada unidade do produto, em função dessa antecipação de pagamento. É uma forma de financiamento muito comum no Canadá”, disse.
Ainda de acordo com a vice-presidente da Sigma, a transação é emblemática por envolver a Mitsui como parceira no projeto. “Vemos a Mitsui como um grande parceiro estratégico no Brasil por conta da exposição do setor, onde a Mitsui tem uma presença corporativa significativa e experiência empresarial, inclusive como acionista da Vale”, ressaltou a executiva. Com a transação, segundo ela, a Sigma já tem 70% com custos da planta cobertos.
O acordo ainda está sujeito à conclusão das negociações entre as empresas e outras condições legais de mercado, mas a Sigma explicou que, com base nas condições tratadas até o momento, em troca do pré-pagamento de US$ 30 milhões, concederia à Mitsui o direito de comprar até um terço da produção comercial inicial em uma base anual, a preços vigentes no mercado, por um prazo de seis anos, a princípio, sujeitos a dois períodos consecutivos de prorrogação de cinco anos.
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Os recursos da operação, segundo a Sigma, serão usados para financiar diversos investimentos, incluindo a construção e instalação da planta voltada para a produção comercial, assim como para a infraestrutura necessária do complexo. Além disso, os recursos também serão destinados à aquisição de equipamentos capazes de implementar técnicas ambientalmente avançadas no processo produtivo, como um circuito de reciclagem de tratamento de água e empilhamento a seco de rejeitos.
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Potencial – A Sigma informou, ainda, que está realizando o estudo de viabilidade definitivo para o projeto, que atualmente contempla uma produção anual de 240 mil toneladas de concentrado de lítio. Entretanto, a empresa afirma que existe um potencial significativo para expandir a capacidade, para cerca de 440 mil toneladas do concentrado. Nesse sentido, a companhia também concederia à Mitsui o direito de comprar uma parte dessa expansão da produção, desde que o grupo japonês participe de futuros financiamentos necessários para arcar com as despesas de capital com a ampliação.
A jazida da empresa fica localizada próxima a Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha, e a planta será construída em Itinga. Conforme já informado, em princípio, o lítio produzido pela companhia será praticamente todo exportado, já que não existem fabricantes nacionais de baterias de lítio, comumente usadas na fabricação de smartphones, tablets e veículos elétricos.
“Também estamos continuando as discussões sobre financiamentos adicionais e acordos de compra antecipadas com outras contrapartes de alta qualidade, que têm crescentes exigências de concentrado de espodumênio para os próximos cinco anos. Nosso objetivo é assegurar a realização de vendas de longo prazo para uma parte razoável da produção da Sigma nos primeiros anos de nosso projeto, reduzindo ainda mais o risco ”, acrescentou Ana Cabral.
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