Economia

Sindicato rejeita proposta de reajuste salarial da Usiminas e ameaça greve

Siderúrgica não alterou proposta de reajuste salarial e Sindipa prevê mobilização entre os trabalhadores
Sindicato rejeita proposta de reajuste salarial da Usiminas e ameaça greve
Crédito: REUTERS/Alexandre Mota

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Siderúrgicas, Metalúrgicas e Mecânicas de Ipatinga e Região (Sindipa) recusou nova proposta de reajuste salarial da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), apresentada nesta quinta-feira (9), no Vale do Aço.

A siderúrgica se reuniu com o sindicato e não alterou a proposta salarial que já havia sido rejeitada pelos trabalhadores. A mudança da proposta foi no reajuste do vale-alimentação (VA), agora com um aumento de 20%, frente aos 10% propostos na última negociação.

O presidente do Sindipa, Geraldo Magela, considerou “ridícula” a nova proposta da Usiminas e disse que os operários da siderúrgica podem paralisar as atividades a qualquer momento. Em assembleia, os funcionários da empresa, da Usiroll e Usigal aprovaram a implementação do estado de greve e ameaçam paralisar atividades.

“Não queremos fazer greve. A gente quer um reajuste, os trabalhadores aprovarem a proposta, ter um acordo melhor do que já tem. É isso. Agora, se o caminho for a greve, aí nós topamos”, afirma Magela. “Segunda, terça-feira, se não tiver resposta, já vamos começar a ir na portaria convencer os trabalhadores a parar”, completa.

O que diz a siderúrgica

O reajuste salarial proposto pela Usiminas – e recusado pelo Sindipa – era equivalente à variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos últimos 12 meses até outubro, de 4,6%, com um aumento real de 0,57%. Os trabalhadores da siderúrgica pleiteiam um aumento real de 7% nos salários e dobrar o valor do VA recebido atualmente, de R$ 500.

Além dos reajustes, o Sindipa elaborou um documento com 64 reivindicações de melhores condições de trabalho e outros benefícios.

Em nota, a Usiminas afirma que “segue com diálogo aberto e transparente para concluir o acordo”. A siderúrgica declarou que considera o reajuste salarial proposto equiparado aos valores negociados pelas demais companhias da indústria do aço brasileiro, diante dos desafios, do cenário atual e da instabilidade no setor.

Vale lembrar que, há cerca de um ano, a siderúrgica desativou o alto-forno 1 e demitiu mais de 100 pessoas na planta de Ipatinga, em virtude da concorrência com a importação de aço da China. Na época, a empresa não descartou o risco de desligar o alto-forno 2 e demitir mais funcionários.

empresa projetou encerrar 2024 com investimento de R$ 1,1 bilhão e investir em torno de R$ 1,7 bilhão em 2025, entre projetos como reforma da Coqueria 2, nova planta de PCI (Sistema de Injeção de Carvão Pulverizado) do alto-forno 3 e um novo gasômetro.

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