Economia

Sinduscon-MG: sem crescimento relevante

Entidade avalia que relançamento do programa social trará vantagens, mas alta para o setor não será expressiva
Sinduscon-MG: sem crescimento relevante
Crédito: Alberto Coutinho / SECOM

O relançamento do programa social Minha Casa, Minha Vida trará vantagens para o setor de construção em Minas Gerais, mas não será capaz de gerar um crescimento relevante neste segmento em 2023. É o que avalia o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Renato Michel.

Na visão dele, o novo modelo do programa deverá impulsionar o setor de construção tanto em Minas Gerais quanto no Brasil, mas também lembra que existem outros fatores, como a taxa de juros e a base de comparação que podem puxar o crescimento para baixo.

Ele explica que a alta dos juros pode acabar desestimulando o setor de construção, principalmente entre os imóveis destinados às famílias de renda mais elevada. Além disso, Michel lembra que os últimos três anos foram os melhores da história para a construção – com o ano de 2021 sendo o de melhor desempenho, seguido por 2022 e 2020 – e, com isso, a base de comparação neste ano passa a ser mais forte.

Subsídios

Para o presidente do Sinduscon, o programa Minha Casa, Minha Vida deve retornar com mais subsídios para as famílias de baixa renda, recursos esses que passaram por reduções nos últimos anos devido a diversos fatores que prejudicaram a economia do país, como a pandemia.

Ele ainda lembra que o custo para construir subiu muito, com o preço do material apresentando uma elevação de até 70%.

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Esses aumentos nos custos têm contribuído para o encarecimento dos imóveis que, segundo o presidente do sindicato, estão a partir de R$ 160 mil. Michel reforça a importância dos subsídios às famílias mais pobres, que atualmente podem chegar a até R$ 47 mil, muito abaixo dos valores praticados no mercado.

O presidente do Sinduscon-MG também aponta para a necessidade da participação dos governos estaduais e municipais, destinando recursos para essas famílias adquirirem a casa própria. Para ele, esse tipo de responsabilidade não pode estar apenas na conta do governo federal. 

Retorno da Faixa 1

O governo federal anunciou, na terça-feira (14), o relançamento do programa, que tem como uma das principais novidades o retorno da Faixa 1. A categoria é destinada a beneficiar a famílias que têm uma renda bruta de até R$ 2.640. Nos mandatos anteriores do governo petista, a renda exigida era de R$ 1.800.

Para esta primeira remessa de investimentos, serão entregues 2.745 imóveis pelo País. Deste total, 600 unidades concentram-se  nos residenciais Icaivera I e II, em Contagem, na Região Metropolitana Belo Horizonte.

Mas o presidente do Sinduscon-MG alerta para a falta de regulamentação no projeto. Na visão dele, ainda  há vários pontos a serem resolvidos, além do projeto de lei. 

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