Economia

Singularidades fazem o cooperativismo de crédito crescer

No Dia Nacional do Cooperativismo de Crédito, as cooperativas financeiras têm muito a celebrar
Singularidades fazem o cooperativismo de crédito crescer
Entre 2018 e 2022, a movimentação econômica do cooperativismo de crédito subiu 166% em Minas | Crédito: Divulgação Sicoob e Unicred

Nesta quinta-feira comemora-se o Dia Nacional do Cooperativismo de Crédito e as cooperativas financeiras têm muito a celebrar. Com um relacionamento próximo e personalizado com os cooperados, proporcionando produtos e serviços mais acessíveis, o segmento está em constante crescimento, o que reflete em uma forte representatividade no setor e na economia nacional.

Em Minas Gerais, por exemplo, o cooperativismo financeiro foi responsável por 48,2% de toda a movimentação do setor em 2022. As 184 cooperativas de crédito mineiras reuniram 2,3 milhões de cooperados, mantiveram 16,4 mil empregados e movimentaram R$ 57,1 bilhões naquele ano. E os números ficam ainda melhores quando se analisam os dados dos últimos cinco exercícios.

Desde 2018 até o ano passado, a movimentação econômica das cooperativas financeiras do Estado subiu 166%, o efetivo de colaboradores 43,2%, a quantidade de cooperados 69,2% e as operações de crédito 139,2%. Além disso, os ativos totais do segmento chegaram a R$ 98,5 bilhões, alta de 161,8%, o patrimônio líquido R$ 12,6 bilhões, incremento de 109,9%, o capital social R$ 6,4 bilhões, avanço de 72%, e as sobras R$ 2 bilhões, aumento de 275,9%.

Todos os resultados constam no Anuário 2023 – Informações Econômicas e Sociais do Cooperativismo Mineiro –, documento elaborado pelo Sistema Ocemg, entidade formada pela junção do Sindicato e da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Minas Gerais (Sescoop-MG).

Diferenciais do cooperativismo

Exemplo fidedigno do sucesso do cooperativismo de crédito é o Sicoob Credicom, a maior cooperativa financeira do Estado e da área de saúde do Brasil. São 31 anos de história, cerca de 450 colaboradores, 92 mil cooperados, 40 pontos de atendimento, em Minas Gerais, São Paulo e Bahia, e operações em todo o País, com a promessa de expandir ainda mais nos próximos anos.

O presidente do Sicoob Credicom, João Augusto Oliveira Fernandes, destaca que o êxito do segmento está ligado a quatro fatores principais. São eles: a capacitação dos gestores, que buscam constantemente melhorias de formação; a oferta de taxas menores frente aos bancos tradicionais aliada a uma maior facilidade de acesso aos produtos e serviços; a proximidade da gestão com os cooperados, que participam das sobras e das decisões das instituições; e a intercooperação.

Presidente do Sicoob Credicom, João Augusto Oliveira Fernande | Crédito: Divulgação / Sicoob Credicom

Esse último fator nada mais é que uma “troca de figurinhas” entre as cooperativas, sejam elas do mesmo ramo ou não. Essa parceria faz com que os recursos do segmento circulem aonde as instituições estão situadas. “É diferente de um banco internacional, por exemplo, que vem aqui, retira o lucro e os dividendos vão para o banqueiro ou acionistas. Na Credicom ou qualquer outra cooperativa de crédito, esse dinheiro será revertido na sociedade em que está a cooperativa.”

Há espaço para que as cooperativas de crédito cresçam mais

Outra notável cooperativa de crédito é a Unicred Central Multirregional, com sede na Capital, presença em 11 estados e 125 pontos de atendimento. A instituição é uma das quatro centrais do Sistema Unicred, que tem mais de 294 mil cooperados e diversos outros números significativos.

A diretora-superintendente da Unicred Central Multirregional, Carolina Ramos, também destaca que as cooperativas vêm ganhando força graças aos seus diferenciais. Segundo ela, 2023 foi um ano desafiador para as instituições financeiras devido à alta da inadimplência no País, mas, ainda assim, as operações de crédito do cooperativismo mineiro subiram aproximadamente 25%.

Carolina Ramos, diretora-superintendente da Unicred Central Multirregional | Crédito Diego Santos

Além disso, Carolina Ramos realça que, enquanto os bancos fecharam em torno de 13% das agências, as cooperativas realizaram expansões importantes, aumentando em 30% as agências e postos de atendimento. E, conforme ela, o segmento de crédito tem muito a crescer ainda quando comparado a economia de outros países. “A Alemanha, por exemplo, já possui mais de 30% das movimentações em cooperativas de crédito, contra cerca de 10% no mercado brasileiro.”

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