SoftBank impulsiona units do Banco Inter

São Paulo – As units do Banco Inter chegaram a subir mais de 20% ontem, após o banco digital levantar R$ 1,25 bilhão em um oferta primária de ações e atrair o japonês SoftBank Group Corp como acionista.
As ações dos maiores bancos privados do País, como Itaú Unibanco e Banco Bradesco, recuaram 3,3% e 2,1%, respectivamente, em um movimento que alguns operadores atribuíram à migração para as ações do Banco Inter. Santander Brasil se desvalorizou 3,1%.
“Existe no mercado um medo de os bancos tradicionais serem substituídos pelas fintechs, que entram no mercado reduzindo a margem de forma significativa”, afirmou o gestor de portfólio Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos.
“O SoftBank entrando na oferta do Banco Inter é uma chancela internacional importante a esse novo modelo. Os bancos locais vão precisar enfrentar esse desafio nos próximos anos. Será um grande teste de resiliência”, acrescentou.
O Banco Inter usará os recursos da oferta para expandir carteira de crédito, investir em tecnologia e fazer aquisições. As units da instituição financeira valorizaram 17,5%.
A chegada de um investidor experiente e com recursos fartos, como o SoftBank, para a lista de acionistas do Banco Inter deve acelerar sua estratégia de crescimento. O SoftBank adquiriu uma fatia superior a 5% do banco, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
O Banco Inter é o primeiro investimento do SoftBank em um banco na América Latina, mas este já participa de pelo menos uma outra fintech na região, a plataforma de empréstimos brasileira Creditas.
O Banco Inter, que é controlado pela família Menin, ainda não divulgou os novos acionistas da instituição após a oferta.
Oportunidade – A fonte disse que o Banco Inter decidiu sobre a oferta do SoftBank de entrar no seu capital uma vez que viu a oportunidade de desenvolver sua expertise com fintechs.
Os bancos brasileiros mostram alguns sinais de que estão começando a sentir a pressão das fintechs, principalmente nos negócios de processamento de cartões e gestão de ativos.
O maior banco privado do Brasil, o Itaú Unibanco, lançou um programa de desligamento voluntário na segunda-feira (29) e revelou que pode fechar até 400 filiais neste ano, já que está reduzindo os custos para enfrentar uma concorrência mais acirrada. (Reuters)
Stone estima crescimento expressivo em lucro no 2º tri
São Paulo – A empresa de meios de pagamentos Stone espera que o lucro líquido aumente para entre R$ 169,7 milhões e R$ 171,9 milhões no segundo trimestre, de acordo com dados preliminares divulgados ontem, um forte acréscimo em relação ao resultado positivo de R$ 63 milhões um ano antes.
Para a margem líquida, a expectativa da companhia é de que fique entre 29,1% e 29,3%, uma melhora entre 11 e 11,2 pontos percentuais frente ao mesmo período de 2018.
Em termos ajustados, a companhia espera que o lucro líquido fique entre R$ 191,9 milhões e R$ 194 milhões, ante R$ 71,1 milhões no segundo trimestre do ano passado, com margem líquida entre 32,9% e 33,1%.
A Stone disse que sua base de clientes ativos alcançou 360,2 mil no segundo trimestre, contra 200,6 mil um ano antes.
A companhia estima que sua receita total tenha ficado entre R$ 583 milhões e R$ 586,2 milhões entre abril e junho, frente a R$ 347,7 milhões no segundo trimestre do ano passado.
“Nosso desempenho superou nossas expectativas no segundo trimestre de 2019”, disse a Stone em comunicado.
O volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) processados na plataforma da Stone deve ter somado R$ 29,8 bilhões, conforme estimativa da empresa, um acréscimo de 60,6% na comparação ano a ano.
A Stone também anunciou a criação de uma joint-venture com o Grupo Globo com foco em trabalhadores autônomos e micro-comerciantes, na qual terá participação de 67% e o conglomerado de mídia os 33% restantes.
O Grupo Globo fará um investimento inicial equivalente a um valor de mercado de R$ 461 milhões em mídia, e a Stone contribuirá com sua tecnologia e recursos de processamento de pagamentos, suporte operacional e recursos de gerenciamento, além de R$ 50 milhões em dinheiro. (Reuters)
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