St. George conclui compra de ativo de nióbio e terras-raras em Minas Gerais

A australiana St. George concluiu a aquisição do ativo de nióbio e terras-raras da americana Itafos Inc. em Minas Gerais, efetuando o primeiro pagamento e a transferência de ações. Os direitos minerários estão localizados na cidade de Araxá, na região do Alto Paranaíba.
A Itafos recebeu US$ 10 milhões e 266,7 milhões de ações ordinárias, representando 10% do capital social da St. George na Austrália, a um preço de 0,032 dólar australiano cada. Pelos termos acordados, a St. George ainda pagará à Itafos US$ 6 milhões em nove meses e US$ 5 milhões em 18 meses, totalizando as obrigações financeiras de US$ 21 milhões.
No negócio, ficou estabelecido que a Itafos também terá opção de adquirir, em até dois anos, 86,1 milhões de ações ordinárias da St. George a um preço futuro de 0,04 dólares australianos, e poderá receber 11 milhões de direitos de performance, baseados em metas a serem atingidos, convertíveis em ações, quando as metas forem alcançadas.
O diretor da St. George no Brasil, Thiago Amaral, explica que apenas 10% da área do projeto foram perfuradas e identificadas como recursos viáveis economicamente, o que indica que há um grande potencial de desenvolvimento. Por isso, neste ano, a partir de março, a empresa realizará um programa de perfuração para identificar novos recursos.
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Segundo ele, os direitos de desempenho que a Itafos poderá receber estão relacionados à sondagem, uma vez que a negociação envolveu um determinado volume de recursos e se for encontrado uma quantidade muito superior à estabelecida no acordo, a St. George deverá efetuar um pagamento adicional pelo ativo, por meio de ações com o preço da época.
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Negócio foi benéfico para os dois lados
Amaral destaca que a Itafos não somente vendeu o ativo em Minas Gerais como também se tornou uma importante acionista da St. George, sendo o negócio benéfico para ambas.
“A Itafos é uma empresa focada no mercado de fertilizantes, com projetos nos Estados Unidos e no Brasil, e ela entendeu que a melhor forma de desenvolver esse projeto de nióbio e terras-raras, muito voltado para a parte de metais e materiais críticos para transição energética, era uma parceria com uma empresa já focada nesse mercado”, diz.
“E a St. George encontrou nesse projeto o que ela vinha buscando. A empresa tem projetos de lítio, níquel e cobre em fase de exploração na Austrália e complementou com esse em fase mais avançada que é o de Araxá”, sublinha o diretor ao Diário do Comércio.
Empresa levantou capital para pagar o ativo em Minas Gerais e financiar os trabalhos
Segundo Amaral, a St. George levantou no mercado um capital de cerca de 24 milhões de dólares australianos (em torno de US$ 15 milhões). Parte do valor foi usada para o primeiro pagamento do ativo à Itafos, e o restante será destinado às perfurações, aos estudos para o licenciamento ambiental e para um programa, a ser feito em conjunto com instituições mineiras, visando desenvolver processos para melhor aproveitar os recursos minerais.
Conforme ele, o cronograma do projeto Araxá está mantido. A estimativa é que a construção da planta industrial comece em 2026 e a operação em 2027. Está previsto que a unidade tenha capacidade anual de produzir até 20 mil toneladas, dos quais cinco mil de nióbio, produto que garantirá a viabilidade do empreendimento, e 15 mil de terras-raras.
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