St. George Mining acelera Projeto Araxá em meio a disputa EUA x China

A australiana St. George Mining tem avançado na aceleração do seu Projeto Araxá, localizado no Alto Paranaíba, para a extração de nióbio e elementos de terras-raras (ETR), em um cenário em que a disputa entre Estados Unidos e China gera um grande interesse global pelo fornecimento de terras-raras fora da potência asiática. A mineradora aguarda por resultados relevantes da sua pesquisa mineral até o final deste mês.
A China é responsável por 90% do processamento de terras-raras e ímãs de terras-raras do mundo. Em abril, o país asiático restringiu a exportação para os Estados Unidos de uma série de minerais críticos e terras-raras, em uma intensificação da guerra comercial deflagrada entre as duas maiores economias do mundo, após o tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, o que afetou as empresas norte-americanas, como as montadoras de carros elétricos.
Por conta disso, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos se tornou o maior acionista da MP Materials, empresa que opera a única mina de terras-raras em território norte-americano, na Califórnia. Dentre algumas medidas do acordo entre a empresa e o governo de Trump, está a proibição do uso de instalações de processamento de terras-raras na China.
O presidente-executivo da St. George, John Prineas, sempre apontou que, em meio à tensão comercial entre as duas superpotências, a St. George e o Brasil podem se posicionar estrategicamente no mundo em busca de estabelecer bons negócios.
“Estamos entusiasmados em avançar com as atividades de desenvolvimento, em um momento em que o cenário geopolítico está impulsionando um interesse sem precedentes na criação de cadeias de fornecimento de terras raras fora da China – como vimos na última sexta-feira, com um investimento bilionário histórico do Departamento de Defesa dos EUA na MP Materials”, declarou em relatório divulgado pela empresa sobre os avanços do Projeto Araxá.
Neste cenário, a St. George concluiu 40 furos de trado em Araxá, método de sondagem do solo para obter informações sobre camadas do subsolo, totalizando 512 metros perfurados, até o momento. A empresa coletou 404 amostras para serem analisadas em laboratórios e espera os primeiros resultados, referentes a 100 amostras, até o final deste mês.
As áreas consideradas prospectivas para mineralização de nióbio ou terras-raras serão investigadas depois com perfuração mais profunda, chamada de circulação reversa (RC).
A St. George iniciou a perfuração RC para preencher lacunas para a Estimativa de Recursos Minerais (MRE), além de coletar amostras para testes metalúrgicos. A empresa planeja perfurar 2,5 quilômetros (km) com o método de RC. A mineradora deve iniciar a sondagem diamantada – outro método para obter amostras geológicas – de 7,2 km em três semanas.
Além disso, a St. George contratou a consultoria Geoscan para um levantamento magnético com drones em Araxá, que sobrevoaram 270 quilômetros (km) de linhas, e espera que os resultados saiam também em julho. Os dados fornecerão mapas detalhados das propriedades magnéticas das rochas de embasamento, o que permitirá a identificação de estruturas, limites litológicos, mineralização de maior teor e zonas potencialmente mineralizadas.
A mineradora explica que os resultados ajudarão a refinar o modelo geológico da mineralização hospedada em carbonatito, em Araxá, e serão utilizados para orientar novas perfurações.
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