Startup EcoCreator desenvolve kit pedagógico em 3D

As dificuldades enfrentadas por um estudante de engenharia foram a inspiração para o surgimento da startup EcoCreator. Em plena pandemia, o desemprego foi o empurrão que faltava para que o engenheiro mecânico e cofundador da Ecocreator, Davi Lara, tirasse a ideia de um brinquedo de montar do papel e começasse a atrair a atenção de aceleradoras e grandes empresas.
O kit didático e pedagógico produzido pela EcoCreator, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), é um brinquedo de montar eco-friendly, com peças intercambiáveis, com o qual é possível criar diversas montagens estruturais. É um kit inovador no qual as peças são produzidas em uma impressora 3D, indicado para adultos e crianças acima de cinco anos.
“A ideia começou a surgir em 2016, quando na faculdade participei de um concurso de construção de pontos com palito e cola branca. Aquela atividade me ajudou muito a me dar melhor com uma disciplina considerada muito difícil pelo seu caráter teórico pela maioria dos alunos. Ali comecei a pensar que haveria uma forma mais fácil de estudantes, profissionais e outras pessoas curiosas aprenderem sobre a engenharia das estruturas. Mas só em 2020 essa ideia começou a sair do papel como um negócio”, relembra Lara.
Para isso, profissionais de várias áreas foram convidados para participar do projeto: pedagogos, engenheiros e até pilotos profissionais. O objetivo era criar um brinquedo ecologicamente correto, fácil de montar com materiais flexíveis e resistentes, enfim, um brinquedo inteligente, capaz de inspirar as crianças a serem cientistas, pesquisadores, inovadores. As peças são produzidas em impressoras 3D, o que barateia o custo de produção e permite o uso de uma matéria-prima responsável, a base de amido de milho e mandioca.
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Os primeiros kits foram vendidos através de um marketplace, o que permitiu que os brinquedos chegassem até ao Canadá e ao México. A partir daí, algumas oportunidades foram surgindo e a startup foi aprovada em um programa de aceleração da Raja Valey, em Belo Horizonte. A primeira etapa foi composta por aulas de empreendedorismo digital ao longo de 10 semanas. Depois, aprovada entre as três melhores participantes, a empresa recebeu um incentivo de R$ 40 mil.
“A partir do Raja Valey nos entendemos, definitivamente, como empreendedores. Foi um aprendizado muito intenso sobre como funciona o mundo das startups e ali começamos a ter contato com grandes empresas, possíveis investidoras e parceiras. Foi em um desses encontros que surgiu a estratégia de trabalharmos com projetos sociais. A ideia é ir às escolas públicas junto com grandes empresas e implantar projetos baseados não só no brinquedo, mas também ensinando a lidar com a modelagem e impressão 3D para solução de problemas da comunidade acadêmica. Já temos algumas conversas avançadas com algumas empresas mineiras”, afirma o engenheiro mecânico.
Novas versões do brinquedo já estão sendo desenvolvidas. Em breve será lançado o kit 3.0, com motores elétricos e controle bluetooth via celular. E a seguinte já começa a ser desenhada, totalmente robótica, vai ser programável pela criança e com motores movidos à energia fotovoltaica.
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