Economia

Belo Horizonte está no Top 3 de cidades com mais startups no Brasil

O número de startups em BH corresponde a 4% do total de startups no Brasil | Crédito: BHTec / Divulgação
A capital mineira fica atrás somente de São Paulo, com 3.693 startups, e Rio de Janeiro, com 796

O município de Belo Horizonte é o terceiro com mais startups no Brasil: são 476 no total. É o que aponta o estudo “Inovação em Movimento: um mapa sobre as startups no Brasil em 2023″. O levantamento foi realizado pela Cortex, especializada em inteligência de vendas B2B, com apoio da Endeavor.

Com isso, o ambiente de inovação de Belo Horizonte responde por 4% das 11.651 startups que existem no País. O CEO e co-fundador da Cortex, Leonardo Rangel, avalia que um dos motivos para Belo Horizonte ser a terceira cidade do País em número de startups é a presença de boas escolas e universidades.

“Um fenômeno interessante que eu vejo em BH e que torna natural ver o surgimento deste tipo de atividade econômica é que o local possui boas escolas e universidades, onde você vê jovens profissionais bem formados, com ambição de carreira. Ao mesmo tempo, não há uma oferta tão grande de empregos em grandes corporações como é o caso de São Paulo, por exemplo. Então eu acredito que isso cria um ambiente propício para que estes jovens bem formados e inteligentes optem por empreender em tecnologia, algo que, se der certo, pode se tornar muito grande”, conta.

Formação de qualidade

Ele conclui que se trata, portanto, de uma soma de fatores. Entre eles, uma boa qualificação profissional, menor oferta de oportunidade em grandes empresas e uma grande quantidade de mão de obra local qualificada. Na opinião do CEO da Cortex, Belo Horizonte ganhará cada vez mais destaque no cenário nacional da cultura da inovação e promoção do empreendedorismo no País.

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Rangel lembra que alguns exemplos de sucesso na região como a Hotmart, o primeiro unicórnio de Minas Gerais, acabam servindo, portanto, de inspiração. “A partir daí, a gente começa a ver empresas muito interessantes despontando na região, como a Buser, a Dito e tantas outras empresas de tecnologia chegando nesse patamar de 50, 100, 200 milhões de reais de receita”, relata.

Startups por região do País

A empresa analisou dados a partir do ano 2000 com sistemas de pesquisa e coleta em fontes públicas para estruturar a pesquisa. Nela, a capital mineira fica atrás somente das cidades de São Paulo, que lidera o ranking com 3.693 startups, e Rio de Janeiro, com 796.

Entre as 10 principais cidades da lista, metade delas está localizada na região Sudeste do Brasil. Além das três primeiras, a região também conta com: Barueri (344) e Campinas (239), ambas do estado de São Paulo.

Logo em seguida aparece a região Sul com três municípios entres aqueles com mais startups: Curitiba com 426, Porto Alegre com 344 e Florianópolis com 237 startups. O ranking também conta com uma cidade do Centro-Oeste e outra do Nordeste do País: Brasília (222) e Recife (138).

Queda na abertura de empreendimentos

Mesmo com o período de grandes investimentos em 2020 e 2021, o cenário não se refletiu na abertura de startups. O número de novos negócios vem caindo desde 2017. Naquele ano, o País registrou a abertura de 661 novas startups, já em 2022 foram criadas apenas 103. Esse número foi o mais baixo já alcançado, sendo 40% menor do que o obtido no ano anterior (184).

Quanto a essa queda, Rangel conta que, com um cenário econômico mais restritivo, isso acaba desestimulando empreendedores da tecnologia a se aventurarem. “Se aventurar e tentar esse caminho que não é fácil porque, na verdade, ele está jogando com a probabilidade contra ele”, explica.

A head de Insights na Endeavor Brasil, Andressa Schneider, explica que o Brasil possui um cenário amplo e cheio de oportunidades, mesmo nos momentos de baixa. “O estudo mostra um número menor de novas empresas. Mas entendemos que tão importante quanto novas empreendedoras e empreendedores no País é que as empresas que já existem continuem crescendo e multiplicando o seu alcance”, declara.

Schneider conta que quando uma startup está em um momento de inflexão de crescimento, o chamado scale-up, ela acaba crescendo e contribuindo para o aumento da inovação de produtos e serviços, gerando mais e, principalmente, melhores empregos no País. “Empreender deve carregar o sentido de escalar e ajudar que o ecossistema também se desenvolva”, comenta.

Potente motor para a economia

Já o co-fundador da Cortex explica que as startups possuem uma grande importância na economia e na sociedade já que elas “são aquelas organizações criadas com a possibilidade de se tornarem muito maiores em pouco tempo”.

Ele também reconhece que, em alguns casos, isso pode dar errado. Ressalta, entretanto, que, quando dá certo, o retorno é muito grande, tanto para os seus sócios quanto para a sociedade. “Além disso, são um potente motor para a economia do país pelo potencial que têm de gerar inovação, competitividade e criação de riqueza”, completa.

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