Stellantis alcança sucessivos recordes de produção em Betim

Desde agosto último, a Stellantis tem registrado recordes mensais consecutivos de produção no polo automotivo de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Em cada mês, a empresa produziu mais de 45 mil veículos na unidade, volume que jamais tinha sido alcançado no complexo industrial, desde a criação da montadora, em 2021.
Com a sequência de resultados expressivos, a empresa atingiu a marca de 436,1 mil automóveis fabricados na planta no acumulado de janeiro a novembro deste ano.
Ao Diário do Comércio, o presidente da Stellantis para a América do Sul, Emanuele Cappellano, atribui o desempenho histórico ao momento aquecido do mercado automotivo, que tem impulsionado o consumo e, consequentemente, o setor.
Ele também destaca a ótima aceitação dos clientes pelos recentes lançamentos e demais produtos produzidos no município mineiro. Na cidade, os modelos montados são os Fiats Strada, Argo, Mobi, Pulse, Fastback e Fiorino e o Peugeot Partner Rapid.
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Neste mês, os colaboradores do primeiro e segundo turnos do polo entrarão de férias coletivas. O descanso terá início em 26 de dezembro e o retorno será dia 6 de janeiro.
Projeções para o fechamento do ano e 2025
A Stellantis prevê fechar 2024 com uma produção de 761,7 mil veículos no País. No Brasil, além de Betim, a companhia tem plantas em Goiana (Pernambuco) e Porto Real (Rio de Janeiro).
Para 2025, conforme Cappellano, a expectativa da montadora é que o mercado mantenha a tendência de crescimento, acompanhando o ritmo do atual exercício, apoiado por um ambiente macroeconômico que deve estimular o consumo e impulsionar o setor.
Líder no mercado de automóveis e veículos comerciais leves no Brasil, Argentina e América do Sul, a montadora também demonstra otimismo em relação às vendas.
Segundo ele, a Stellantis está alinhada às projeções da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para este ano, que indicam um cenário de recuperação e aquecimento do setor, com um crescimento estimado em 10,9% frente a 2023.
Para o ano que vem, a perspectiva da companhia é que a indústria automotiva continue avançando, podendo ultrapassar a marca de 2,4 milhões de emplacamentos no Brasil.
Nova linha de motores em Betim entra em operação e empresa se prepara para novos investimentos
Neste ano, a Stellantis informou que investiria R$ 454 milhões para expandir a produção de motores em Betim, saltando de 200 mil unidades por ano para 1,1 milhão.
A ampliação de capacidade produtiva foi consumada. O presidente da montadora para a América do Sul afirma que a nova linha de motores do polo já entrou em operação e, no mês passado, foram produzidos mais de 1,3 mil motores flex de alta eficiência, com baixas emissões e preparados para integração com tecnologias de hibridização na unidade.
Também em 2024, a empresa anunciou que fará, no período de 2025 até 2030, o maior investimento já realizado no complexo industrial mineiro, da ordem de R$ 14 bilhões.
A cifra a ser destinada para a planta da RMBH faz parte dos aportes anunciados pela Stellantis a América do Sul, que somam R$ 32 bilhões, para o lançamento de 40 novos produtos, quatro plataformas, oito powertrains, além do desenvolvimento de novas tecnologias Bio-Hybrid e inovações na descarbonização da cadeia de suprimentos.
Embora não dê detalhes sobre a aplicação específica dos recursos nem os modelos que serão lançados na unidade, a empresa segue se preparando para começar os investimentos.
“Os preparativos seguem alinhados ao nosso planejamento estratégico para a América do Sul, que tem como objetivos consolidar a liderança da Stellantis, avançar na descarbonização da mobilidade e expandir os negócios na região”, diz Cappellano.
Stellantis aposta em transição com híbridos-flex rumo à eletrificação
Materializando os esforços da Stellantis em direção a descarbonização da mobilidade, a empresa apresentou, recentemente, os primeiros veículos equipados com a tecnologia Bio-Hybrid. Os dois modelos anunciados são fabricados em Betim: Fiat Fastback e Pulse.
Ao todo, a empresa desenvolveu quatro plataformas eletrificadas para aplicação no Brasil, sendo as três primeiras híbridas-flex e a última para veículos 100% elétricos.
Os primeiros veículos apresentados trazem uma combinação entre etanol e eletrificação, mas a intenção é “acostumar” o mercado para que, em 2030, quando deve ter início a produção dos automóveis totalmente eletrificados, os consumidores já estejam ambientados.
“A Stellantis entende a propulsão elétrica como a tendência dominante no setor automotivo mundial. No entanto, acredita que para se adequar ao cenário brasileiro, é necessária uma rota de transição. Devido à sua matriz energética, o Brasil tem a oportunidade de fazer uma transição mais planejada e menos onerosa, aproveitando-se da gradual redução dos custos decorrentes da massificação da tecnologia”, esclarece Cappellano.
“No caso brasileiro, a eletrificação avançará na forma de modelos híbridos, combinando propulsão elétrica com motores flex a etanol. É uma solução inteligente e natural, que se apoia em uma vantagem competitiva nacional: a grande capacidade de produção e distribuição de etanol, que é de baixo impacto ambiental”, destaca o executivo.
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