Stellantis aposta em veículos híbridos no Brasil

Com uma estratégia de eletrificação de longo prazo que exigirá investimentos estimados em US$ 35 bilhões até 2025, considerando eletrificação e softwares, a Stellantis (Fiat), com planta industrial em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), espera que suas vendas anuais de veículos elétricos a bateria cheguem a 5 milhões por ano até 2030. Os aportes contemplam a implantação de cinco fábricas de baterias de lítio mundo afora por meio de joint ventures (Estados Unidos, Alemanha, França e Itália). Para a América do Sul e o Brasil, mais especificamente, as apostas contemplam o desenvolvimento de carros híbridos a etanol e baterias.
Tudo isso está previsto no plano estratégico Dare Forward 2030, que trabalha de tal maneira que 100% do mix de vendas de carros de passeio elétricos esteja na Europa e 50% do mix de vendas de carros de passeio e caminhões leves elétricos na América do Norte. Para a América do Sul, a empresa projeta uma participação de mercado de pelo menos 25% até lá e que os veículos elétricos e híbridos respondam por 20% das vendas totais na região.
Em visita às instalações do grupo no Brasil em março, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, falou sobre a importância do País e da América do Sul na estratégia do grupo para atingir as metas de descarbonização. E ressaltou que a região contará com recursos necessários para o desenvolvimento dos projetos de eletrificação e software.
Neste sentido, o presidente da Stellantis para a América do Sul, Antonio Filosa, já disse que no caso da Fiat, em Minas Gerais, os planos contemplam a continuidade dos investimentos em engenharia, em vistas de promover a descarbonização do setor por meio da valorização do etanol. Segundo ele, a opção é limpa e competitiva para o consumidor final. “O veículo movido a etanol emite quase o mesmo nível de gás carbônico que um carro elétrico. E é bem barato”, afirmou a jornalistas no início de julho.
Ontem, em novo encontro com a imprensa, parte da diretoria da Stellantis para a América do Sul voltou a falar dos planos da companhia, ressaltando o desafio de transformação do grupo em uma empresa de tecnologia de mobilidade sustentável (Tech Company), de eletrificação da gama de modelos e de redução das emissões de carbono.
“Muito se fala na eletrificação como solução do todo, mas não podemos nos esquecer que o veículo em si representa apenas uma parte deste processo de descarbonização. Há os processos produtivos. E, por isso, defendemos o uso do etanol como a saída para transformar a cadeia como um todo”, defendeu o diretor de Comunicação da empresa para a América do Sul, Fabrício Biondo.
Ele também citou a segunda fase do Rota 2030 e disse que o programa será fundamental para esse processo no que diz respeito à nacionalização de tecnologias. O programa é uma parceria entre o governo federal e o setor produtivo para incrementar a indústria automotiva nacional.
“Nosso foco está no consumidor e no que for mais acessível para ele”, frisou.
A empresa diz que o plano de eletrificação abrange toda a cadeia de valor. A estratégia de suprimento de baterias de EV da empresa é garantir mais de 130 gigawatt/hora (GW/h) de capacidade até 2025 e mais de 260 GW/h até 2030. Além disso, a Stellantis assinou memorandos de entendimento com dois parceiros de processo de salmoura geotérmica de lítio na América do Norte e Europa para garantir um suprimento sustentável de lítio.
“Nossa jornada de eletrificação é possivelmente a peça mais importante para ser construída, conforme começamos a revelar o futuro da Stellantis apenas seis meses após o seu nascimento. Agora, toda a empresa está no modo de execução total para exceder todas as expectativas do cliente e acelerar nossa função na redefinição da forma que o mundo se movimenta. Temos a escala, as habilidades, o espírito e a sustentabilidade para alcançar as margens de receita operacional ajustadas de dois dígitos, liderar o setor com uma eficiência de referência e fornecer veículos eletrificados que despertam paixões”, define Carlos Tavares.
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