Economia

Stellantis – dona da Fiat – vai investir recorde de R$ 30 bilhões no Brasil até 2030

Companhia prevê lançar mais de 40 novos produtos no País no período do plano de investimento
Stellantis – dona da Fiat – vai investir recorde de R$ 30 bilhões no Brasil até 2030
Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo Diário do Comércio

Brasília – A Stellantis, que detém marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroen, com fábrica em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), anunciou nesta quarta-feira (6) um ciclo de investimentos de R$ 30 bilhões no Brasil entre 2025 e 2030.

Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília, executivos da companhia afirmaram em entrevista à imprensa que o anúncio representa o maior plano de investimentos da história da indústria automotiva no Brasil e da América do Sul.

“Os R$ 30 bilhões serão todos no Brasil e investidos para renovar os nossos carros existentes, fazer novos lançamentos, introduzir a tecnologia ‘bio-hybrid‘ e investir em novos negócios”, disse o presidente da Stellantis na América do Sul, Emanuele Cappellano.

No total, a companhia afirmou que vai lançar “mais de 40 novos produtos” no País no período do plano de investimento.

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O volume de recursos anunciado pela Stellantis representa um terço dos cerca de R$ 100 bilhões que a associação nacional de montadoras, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), estimou em fevereiro que será investido no setor no Brasil até 2029, incluindo a indústria autopeças.

Além disso, o anúncio foi feito um dia depois que a Toyota divulgou que vai investir R$ 11 bilhões no Brasil até 2030.

Além de Stellantis e Toyota, outras montadoras recentemente divulgaram grandes programas de investimento no País, incluindo Volkswagen (R$ 9 bilhões até 2028), General Motors (R$ 7 bilhões até 2028) e Hyundai (US$ 1,1 bilhão de dólares até 2032).

Investimento da Stellantis – Fiat – terá foco em tecnologia e eletrificação

De acordo com o presidente-executivo global da Stellantis, Carlos Tavares, o foco da companhia será dar um passo adiante aos veículos flex e aos movidos a etanol, adicionando a eles a tecnologia de eletrificação.

O próximo lançamento da companhia está previsto para o segundo semestre e será um veículo híbrido, informou o executivo.

Segundo Tavares, o plano de investimentos será coordenado com o programa Mover, do governo federal, que prevê incentivos à produção de veículos que emitem menos poluentes. “É um programa pragmático e inteligente”, disse. “Esse alinhamento de interesse entre o governo brasileiro e nossa empresa é fundamental.”

Tavares afirmou que as três fábricas da companhia Brasil atualmente não estão saturadas. O executivo ponderou que se houver mais oportunidades no mercado, não faltarão recursos para investir mais em capacidade industrial, embora não seja um movimento necessário neste momento.

Produção carros elétricos

Perguntando sobre previsões para produção de carros 100% elétricos na região, em meio ao plano da companhia de que esses veículos representem 20% das vendas em 2030, Tavares disse que a tecnologia ainda custa até 40% mais do que os motores a combustão e que a classe média não aceitaria pagar valores mais altos, ao mesmo tempo em que a empresa não poderia assumir prejuízos para forçar uma redução de preço.

O presidente-executivo global da Stellantis afirmou que uma evolução da produção poderá levar a essa queda de custo em dois ou três anos, ponderando que isso também dependerá de uma produção em escala, algo que tem ficado mais difícil com o atual cenário de fragmentação global.

Em fevereiro, a Stellantis divulgou queda de 10% no lucro operacional do segundo semestre de 2023, quando greves causaram longas paralisações em suas operações na América do Norte, sua principal geradora de lucro.

Na América do Sul, porém, onde o Brasil é o principal mercado, o lucro operacional ajustado no ano passado subiu 16%, para 2,4 bilhões de euros. A região, junto com as áreas de Oriente Médio, África, China e Ásia-Pacífico, é chamada pela Stellantis como seu “terceiro motor” de crescimento.

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