Economia

Superávit da balança comercial de Minas Gerais aumenta 2,7%

O minério de ferro retomou o posto de produto que gerou o maior valor de exportação do Estado ao longo do ano
Atualizado em 6 de novembro de 2025 • 19:57
Superávit da balança comercial de Minas Gerais aumenta 2,7%
Foto: Divulgação/Agência Vale

O saldo da balança comercial de Minas Gerais chegou a US$ 21,8 bilhões de janeiro a outubro de 2025, montante 2,7% maior ao registrado no mesmo período de 2024. No acumulado do ano, as exportações aumentaram 5,2% e somaram US$ 37,2 bilhões, enquanto as importações cresceram 9,1% e totalizaram US$ 15,4 bilhões.

O minério de ferro consolidou a retomada do posto de produto que gerou o maior valor de exportação do Estado ao longo do ano, posição que foi ocupada pelo café no primeiro semestre.

De janeiro a outubro, o valor das exportações de minério de ferro em Minas Gerais alcançou US$ 9,7 bilhões, uma queda de 10,9% em relação aos US$ 10,9 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. O volume da exportação do insumo mineral do Estado ficou praticamente estável em relação ao mesmo período de 2024.

Por outro lado, os embarques de café do Estado ao exterior arrecadaram US$ 8,8 bilhões nos dez primeiros meses do ano, um expressivo crescimento de 44,6% em relação aos US$ 6,1 bilhões observados na comparação ano a ano. O resultado veio mesmo com uma de 11,6% no volume das exportações de café em Minas Gerais em relação ao mesmo período de 2024.

Os dois produtos representaram praticamente metade das exportações mineiras (49,8%), que tiveram China e Estados Unidos como principais destinos. Os embarques de soja, terceiro produto mais exportado pelo Estado no acumulado deste ano, tiveram uma queda de 9,8% no valor das exportações e de 2,4% no volume exportado.

Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/Mdic).

Na outra ponta, a importação de automóveis de passageiros ficou na primeira posição entre as importações mineiras durante o período de janeiro a outubro deste ano, mesmo com uma queda de 29,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em seguida, partes e acessórios de veículos e insumos imunológicos e profiláticos, derivados de sangue humano e animal, foram o segundo e o terceiro produtos mais importados por Minas Gerais nos primeiros dez meses de 2025, com altas de 30,9% e 58,5%, respectivamente, na movimentação financeira na comparação ano a ano.

A importação de medicamentos subiu 90,5% no período, enquanto a de fertilizantes minerais e químicos aumentou 4,2%. Ambos foram o quarto e o quinto produtos mais importados pelo Estado entre janeiro e outubro de 2025. Assim como nas exportações do Estado, China e Estados Unidos foram as principais origens das importações mineiras.

A economia mineira também registrou alta na balança comercial quando analisado somente o último mês. Em outubro, o superávit de Minas Gerais chegou a US$ 2,4 bilhões, 22,7% a mais do que em outubro de 2024. Os dados mostram que, no período, os embarques totalizaram US$ 4,1 bilhões, aumento de 12,5% na comparação ano a ano, e as importações chegaram a US$ 1,7 bilhão, um resultado estável em relação ao mesmo mês de 2024.

Tarifaço tem pouco impacto no ano e preço do café ainda influencia exportações

Cafés do Brasil
Foto: Ricardo Rossi

O economista e professor do Centro Universitário Arnaldo Janssen, Alexandre Miserani, analisa que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teve pouco impacto nas exportações de Minas Gerais no acumulado do ano. Isso aconteceu devido ao Estado ter uma pauta exportadora sustentada por commodities, produtos que tem demanda em outros mercados, principalmente no caso do café.

Além disso, os movimentos no mercado do insumo cafeeiro também contribuíram para o superávit, já que o preço do café continuou em alta, seja pela bienalidade da produção no campo ou por dificuldades enfrentadas pelos grandes produtores.

“Tivemos um impacto muito grande num dos maiores exportadores de café, o Vietnã, que teve também uma baixa considerável de produção. Com isso, café e minério, de certa forma, seguraram a balança comercial de Minas Gerais”, destaca o economista.

É o café e sua cotação nas alturas, avalia Miserani, que explica o forte crescimento do superávit da balança comercial mineira do mês de outubro, ainda que o minério de ferro tenha retomado o posto de principal produto da pauta exportadora do Estado, e em meio ao vaivém das tarifas trumpistas – e seus efeitos no comércio internacional e bilateral entre EUA e Brasil.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas