Economia

Superávit da balança comercial de MG cai 11,8%

Dados de MG foram divulgados pelo Ministério da Economia e referem-se aos 11 meses de 2022 frente a 2021
Superávit da balança comercial de MG cai 11,8%
Crédito: Divulgação

As exportações de Minas Gerais, ao longo dos 11 meses de 2022, seguiram avançando e apresentaram alta de 5% frente ao mesmo período do ano passado. Apesar de manter um saldo positivo, o valor ficou menor. O superávit do comércio exterior encerrou os 11 meses em US$ 20,8 bilhões, contra US$ 23,8 bilhões em igual período de 2021- queda de 11,8%.

Conforme os dados do Ministério da Economia, as exportações mineiras movimentaram US$ 37,093 bilhões de janeiro a novembro. O montante ficou 5% maior que os US$ 35,3 bilhões apurados na mesma época de 2021.

Apenas em novembro, a comercialização dos produtos mineiros com o mercado mundial gerou US$ 3,1 bilhões em faturamento, 16,1% a mais que os US$ 2,7 bilhões registrados no mesmo mês do ano passado.

No acumulado do ano até novembro, as importações feitas por Minas Gerais somam US$ 16,2 bilhões, superando em 38,2% o valor registrado no mesmo período de 2021 ou em mais US$ 4,5 bilhões. Somente em novembro, as importações chegaram a US$ 1,42 bilhão, 4% a mais que em igual período do ano passado. 

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O consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, explica que o resultado das exportações de Minas é muito positivo. A alta foi mantida pelo aumento da participação de outros produtos e diversificação da pauta, uma vez que o minério de ferro – principal produto – recuou expressivos 34% em faturamento. 

“Apesar de um saldo menor, o valor ainda é muito significativo. A alta do faturamento com as exportações é o mais importante e significa que estamos exportando mais, estamos mais competitivos, buscando mais o mercado externo. É  um sinal positivo para a economia. Quando a economia cresce, também temos impacto nas importações, que aumentam, já que há maior demanda por matérias primas e equipamentos, gerando maior movimentação econômica”, explicou. 

Nos primeiros 11 meses de 2022, a corrente ficou em US$ 53,3 bilhões, superando em 13,2% o resultado do mesmo período de 2021, quando o valor estava em US$ 47,1 bilhões. 

Entre os parceiros comerciais, a China seguiu como o maior. Ao longo dos 11 meses, o país asiático respondeu por 36% dos negócios com o Estado, movimentando US$ 13,4 bilhões. Em seguida, estão os Estados Unidos, respondendo por 10% e movimentando US$ 3,8 bilhões. Os embarques destinados à  Alemanha chegaram a US$ 1,72 bilhão, respondendo por 4,6% do total. 

Produtos

Entre janeiro e novembro, a maior receita dos embarques foi gerada com as exportações de minério de ferro e seus concentrados. Os embarques movimentaram US$ 11,3 bilhões, queda de 34% ou US$ 5,9 bilhões a menos se comparado com o mesmo intervalo de 2021, quando os embarques estavam em US$ 17,1 bilhões. Ao todo, foram exportadas 135,24 milhões de toneladas de minério, alta de apenas 1,3% frente ao mesmo período do ano anterior.

Com a queda no faturamento, a participação dos minérios nos embarques totais caiu, passando de 48,6% em 2021 para atuais 30%.

A queda no faturamento dos embarques de minério deve-se à desvalorização dos preços da tonelada, resultado do lockdown e estoques altos na China.

Os embarques de café apresentaram alta significativa de 63,8%, movimentando US$ 6,3 bilhões. As exportações do produto encerraram os 11 meses do ano com 1,5 milhão de toneladas, volume que apresentou elevação de 4,7%. A participação do grão nas exportações de Minas é de 17%.

A soja foi o terceiro produto mais exportado. No período, o faturamento chegou a US$ 3,2 bilhões, aumento de 59% se comparado com o mesmo período do ano passado. Os embarques já chegam a 5,3 milhões de toneladas, aumento de 17%. A participação dos produtos é de 8,7%.

Os embarques de ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas foram responsáveis pela movimentação de US$ 3,5 bilhões em exportações, valor que superou em 18,7% o montante registrado no mesmo intervalo de 2021.  

Já os embarques de ouro, não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados), somaram US$ 1,58 bilhão, ficando 3,93% menor.

De acordo com Brito, apesar da queda expressiva no resultado do minério de ferro, o aumento das exportações de outros produtos importantes como café e soja, por exemplo, foram fundamentais para reduzir o impacto. Além disso, houve uma maior diversificação da pauta, contribuindo para a manutenção do crescimento das exportações.

“Nosso principal produto, o minério, teve uma perda brutal no faturamento e na participação da pauta. Mas os demais produtos conseguiram compensar muito bem. Tivemos uma diversificação que ajudou nos resultados. Tivemos alta no café (63%); ferro e aço (34%); soja em grão (59%); carnes (51%); açúcar (12%); químicos inorgânicos (71%); veículos partes e acessórios (64%), além de celulose (26%)”. 

Brito citou também alguns produtos que apesar de terem menor peso na composição dos resultados, apresentaram avanços significativos. É o caso dos artefatos de ferro e aço, com aumento de 35%; cereais (163%); bebidas, líquidos e álcool (260%); alumínio e obras (95%); calçados(75%); papel e cartão (196%); artefatos de borracha (51%) e laticínios (23%).

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