Superávit da balança comercial de Minas registra queda de 7,63%

As exportações de Minas Gerais, ao longo do primeiro semestre, movimentaram US$ 20,3 bilhões, superando em 7,8% o valor registrado em igual intervalo de 2021. No período, as importações chegaram a US$ 8,2 bilhões, valor 42,5% superior. Com o resultado, a balança comercial do Estado encerrou os primeiros seis meses do ano com um saldo de US$ 12,09 bilhões. Apesar do resultado positivo, o superávit registrado entre janeiro e junho caiu 7,63%, uma vez que, em igual intervalo do ano passado, o saldo estava em US$ 13,1 bilhões.
Nos primeiros seis meses do ano, Minas Gerais respondeu por 12,61% das exportações nacionais.
Conforme os dados da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secint) do Ministério da Economia, somente em junho, o valor gerado com as exportações mineiras foi de US$ 4,2 bilhões, superando em 4,4% o valor registrado em igual mês de 2021, quando os embarques movimentaram US$ 4,1 bilhões. As importações do Estado chegaram a US$ 1,77 bilhão no sexto mês do ano, aumento de 62,4% ante os US$ 1,08 bilhão um ano antes.
Entre os produtos exportados pelo Estado nos primeiros seis meses do ano, a maior receita foi gerada pelo minério de ferro e seus concentrados. Mesmo com queda, os embarques do produto atingiram um faturamento de US$ 6,6 bilhões. Frente ao primeiro semestre de 2021, a queda é de 28% ou de US$ 2,6 bilhões. O produto é o mais exportado pelo Estado, respondendo por 33% das exportações.
Em relação ao volume, foram exportadas 69,9 milhões de toneladas de minério, volume que retraiu 0,6% frente ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com o consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, a queda no faturamento dos embarques de minério é resultado da desvalorização dos preços da tonelada. Entre janeiro e junho de 2021, a tonelada era comercializada, em média, a US$ 131, valor que foi reduzido para US$ 95 nos primeiros seis meses de 2022.
“A redução vista nos valores exportados se deve aos preços, que estão em queda no mercado internacional. Desde o início do ano, o minério vem sendo exportado a um valor menor; isso acontece em outros países produtores e também em outros estados, como o Pará”.
A redução do preço se deve ao lockdown na China e aos estoques formados no País. “O mercado internacional já precificou uma possível queda na demanda mundial, resultado de uma expectativa de crescimento mais lento da economia. Apesar da queda do preço, o valor praticado ainda é razoável para o negócio da mineração”.
Já o faturamento dos embarques de café ficou 65,7% superior e movimentou US$ 3,5 bilhões, uma variação positiva de US$ 1,38 bilhão. O grão respondeu por 17% do faturamento das exportações estaduais no primeiro semestre. Ao todo, foram embarcadas 866 mil toneladas de café, queda de 3,38%.

Destaque também para os embarques de soja. No primeiro semestre, o faturamento chegou a US$ 2,1 bilhões, aumento de 39,1% se comparado com o mesmo período do ano passado. Os embarques somaram 3,6 milhões de toneladas, aumento de 2,85%.
No mesmo período, as exportações de ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas foram responsáveis pela movimentação de US$ 1,83 bilhão, valor que superou em 31% o montante registrado no mesmo intervalo de 2021.
Os embarques de ouro, não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados), chegaram a movimentar US$ 796 milhões, queda de 6,34% e participação de 3,9% na pauta exportadora de Minas.
Entre as importações, a maior parte foi de adubos e fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos). Nos primeiros seis meses do ano, as compras de Minas totalizaram US$ 926 milhões, aumento de 163% frente ao mesmo período do ano passado. Os adubos e fertilizantes responderam por 11% do total importado pelo Estado.
Parceiros
Entre os principais parceiros, a China continuou como o maior. No primeiro semestre, as exportações para o país asiático somaram US$ 7,6 bilhões. O valor ficou 6,3% menor, com variação absoluta de menos US$ 509 milhões. Apesar da queda, a participação da China ficou em 37%.
Em segundo lugar, ficaram os Estados Unidos, com um faturamento gerado com os embarques de US$ 1,84 bilhão, alta de 65,7%. O país respondeu por 9%. A comercialização com a Alemanha movimentou US$ 935 milhões, valor 32,4% maior e participação de 4,6%.
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