Superávit de Minas recua 0,72%

Entre janeiro e julho, a balança comercial de Minas Gerais registrou superávit de US$ 13,78 bilhões. Mesmo com o resultado positivo, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o saldo caiu 0,72%, uma redução de US$ 46 milhões frente ao saldo gerado em igual intervalo de 2022. Ao longo dos primeiros sete meses do ano, o comércio exterior mineiro movimentou US$ 22,8 bilhões com a exportação de produtos, valor 4,6% menor que os US$ 23,9 bilhões registrados um ano antes.
Em relação à participação nos embarques nacionais, Minas respondeu por 12,6% nas vendas, ocupando o terceiro lugar no ranking nacional entre os estados.
Assim como nas exportações, de janeiro a julho, Minas Gerais importou menos. De acordo com os dados do Mdic, as compras do Estado no exterior somaram US$ 9 bilhões neste exercício, ante os US$ 10,1 bilhões entre janeiro e julho de 2022. Houve uma queda de 10,4%, o que representa US$ 1,04 bilhão a menos.
Nos primeiros sete meses do ano, Minas respondeu por 6,41% das compras feitas pelo País no mercado externo, ocupando o quinto lugar na lista dos estados.
Com as quedas nas exportações e importações, a corrente do comércio ficou em US$ 31,8 bilhões, queda de 6,3% frente ao resultado dos mesmos meses de 2022, quando o valor chegou a US$ 33,9 bilhões.
O consultor de Negócios Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, explica que a queda nas exportações é resultado do desempenho negativo em importantes produtos, como o minério de ferro e o café.
“O minério de ferro e o café são dois produtos importantes e que estão com quedas expressivas, de US$ 500 milhões no minério e de US$ 1 bilhão no café. As quedas vêm ocorrendo e elas são impactantes e refletem situações de mercado”.
Ainda segundo Brito, no caso do minério de ferro, há problemas de estoques mais altos e fraca demanda. “O setor de construção na China não tem mostrado uma demanda forte e não há, para os próximos meses, sinais de grandes incrementos. Isso reflete nos preços do minério, por isso, vemos o minério cotado em torno de US$ 100 a tonelada”.
No caso do café, a queda nos resultados dos embarques também é atribuída, principalmente, à queda de preços. “Os preços do café estão em baixa pelo excesso de oferta enquanto a demanda segue estagnada. Mas, de qualquer maneira, é preciso ressaltar que apesar da queda, o valor do café está no mesmo nível do final do ano passado”.
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Entre os principais parceiros comerciais de Minas, a China seguiu como o principal, respondendo por 39% das exportações feitas pelo Estado. As compras da China movimentaram US$ 9 bilhões, valor que cresceu 1,7% frente aos sete primeiros meses do ano passado. Em seguida ficaram os Estados Unidos, com participação de 8,9% e US$ 2 bilhões. A Argentina respondeu por 5,5% das exportações feitas pelo Estado e a Holanda com 3,7%.
Produtos
Entre os principais produtos destinados ao mercado externo estão o minério de ferro, o café e a soja, que encerram o intervalo com queda no faturamento gerado com os embarques.
No caso do minério de ferro, produto que respondeu por 31% do faturamento estadual com as exportações, foi verificada queda de 7,49% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. A movimentação financeira foi de US$ 7 bilhões.
Nas exportações de café, a queda chegou a 29%. Os embarques da commodity somaram US$ 2,9 bilhões entre janeiro e julho. O grão responde por 11% das exportações de Minas Gerais.
Terceiro produto mais exportado, a soja, também seguiu com queda. De acordo com o Mdic, de janeiro a julho, os embarques da oleaginosa movimentaram US$ 2,5 bilhões, queda de 2,1%.
Os embarques de ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas foram responsáveis pela movimentação de US$ 2,1 bilhões em exportações, resultado que também ficou menor, 1,9%, frente ao montante registrado no mesmo intervalo de 2022.
Os embarques de ouro, não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados), chegaram a movimentar US$ 952 milhões, retração de 1,51% e participação de 4,2% na pauta exportadora de Minas.
Algumas altas foram registradas, mas em níveis que não foram suficientes para manter o resultado da balança comercial mineira positiva. Foi o caso dos açúcares e melaço, com aumento de 39% e faturamento de US$ 752 milhões, da celulose, cujo embarque subiu 64,6% e movimentou US$ 665 milhões, e partes de acessórios dos veículos automotivos, com variação positiva de 35,2% e US$ 291 milhões movimentados.
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