Economia

Supermercados de MG têm alta

Supermercados de MG têm alta
Crédito: Filo Alves/Arquivo DC Sup. BH - 01/10/10

Ao longo dos primeiros quatro meses de 2019, as vendas nos supermercados de Minas Gerais acumularam alta de 2,1% quando comparado com igual período do ano anterior.

De acordo com os dados da pesquisa Termômetro de Vendas, elaborada pela Associação Mineira de Supermercados (Amis), na comparação com abril de 2018, o avanço na comercialização foi de 3,21%. Já em relação a março, foi registrada queda de 4,93%.

O fraco desempenho na Páscoa é um dos fatores que justificam a retração na comparação mensal. A expectativa é encerrar o ano com crescimento de 4% sobre o faturamento de R$ 35 bilhões registrado no setor supermercadista mineiro em 2018.

De acordo com o superintendente da Amis, Antônio Claret Nametala, o resultado apurado em abril ficou abaixo da expectativa do setor, isso porque as vendas voltadas para a Páscoa não atingiram o volume esperado. A estimativa era vender 5,5% a mais na data comemorativa, porém, o índice alcançado foi de 4,25%.

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“Nós fechamos o primeiro quadrimestre com crescimento, mas, quando levamos em conta a Páscoa, tivemos um desempenho menor que o projetado. As vendas de Páscoa não surtiram o efeito esperado, principalmente, nas regiões Central e Centro-Oeste do Estado. Na comparação de abril com março, a queda ficou em 4,93% e tínhamos a data comemorativa em abril, então não é um fator positivo para o setor”, analisou.

O desempenho mais fraco que o esperado é atribuído à economia enfraquecida e à alta taxa de desemprego, o que desestimula o consumo. De acordo com Claret, a população está mais cautelosa em relação a gastos.

“Em abril, sentimos os efeitos da economia e do desemprego, o consumidor está mais reticente. A gente precisa que as reformas estruturantes sejam aprovadas para que a projeção de crescimento da economia durante o ano se concretize. Quanto mais isso for retardado, pior é, porque gera incertezas e o setor supermercadista é muito sensível a isso. A gente fala que o setor é o último a entrar na crise e o primeiro a sair dela, mas qualquer questão que incomode o consumidor, ele segura bem as compras”, explicou Claret.

Ainda em relação à queda verificada em abril, frente a março, outro fator que explica a diferença são os cinco finais de semanas em março contra quatro em abril, além dos 31 dias versus 30.

O desempenho regional, na comparação de abril com março, ficou próximo da média estadual. A exceção foi a região do Rio Doce, Jequitinhonha e Mucuri, que teve retração menor, porque vem se recuperando de crescimento baixo em anos anteriores. No período, as vendas nos supermercados da região recuaram 3,52%.

Enquanto as vendas estaduais retraíram 4,93% na comparação de abril com março, na região Central a queda foi de 5,14%, na Centro-Oeste, de 5,06%, no Norte de Minas, a retração chegou a 4,19%, Sul (-4,87%), Triângulo (-4,55%) e Zona da Mata com redução de 4,92%.

Festa junina – Para junho, as expectativas são cautelosas. A tendência é de que as vendas variem entre a estabilidade e uma pequena alta. A sondagem feita com as empresas supermercadistas de todos os portes no Estado, realizada pela Amis, aponta que 66% acreditam em volume similar ao de 2018. Entre as que creem em aumento de vendas, a média obtida com as respostas é de um crescimento de 2,36% sobre o mesmo período de 2018.

Por outro lado, vale ressaltar que a pesquisa coletou algumas respostas pontuais entre as empresas que esperam vendas maiores, que chegam a apontar até 15% de aumento, ou seja, muito acima da média de 2,36% geral. A explicação é a localização da loja ou rede, pois algumas regiões de Minas – como o Norte de Minas, por exemplo – têm a tradição junina muito mais forte que outras.

Para atender a demanda e atrair o consumidor, os empresários do setor investem na decoração das lojas, em promoções e oferta de produtos variados, especialmente, amendoim, canjica e milho para pipoca, os itens mais demandados dessa linha. A formação de parcerias com fornecedor, contratação de promotores de vendas, também são estratégias usadas para promover o consumo.

“O setor tem uma concorrência muito acentuada e o empresário não pode se acomodar e achar que, simplesmente, o nome dele leva o consumidor para a loja. Ele precisa trabalhar em promoções, ações específicas e na fidelização dos clientes”.

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